quarta-feira, 20 de maio de 2009

Música e êxtase pentecostal

Música e êxtase pentecostal

O uso da música como meio para chegar a um estado de êxtase e transe religioso vêm se tornando comum em igrejas de diversas religiões em todo o mundo. A partir dessa constatação, uma pesquisa do Instituto de Psicologia (IP) da USP analisou essa prática em algumas igrejas pentecostais da cidade de São Paulo. A dissertação Manifestações Espirituais nas Igrejas Pentecostais: um estudo psicossocial do êxtase e do transe através da música como mobilizadora de emoções, desenvolvida por Valdevino Rodrigues dos Santos, mostra que a utilização da música nessas igrejas ajuda a aumentar o número de fiéis.

De acordo com o pesquisador, que apresentou sua pesquisa em agosto [do ano passado], “as igrejas pentecostais são as que mais crescem no mundo inteiro e esse tipo de recurso (o uso de ritmos musicais contemporâneos) só tende a aumentar”. Santos analisou as igrejas pentecostais desde a primeira Assembléia de Deus, trazida ao Brasil pelos suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg em 1910. Ele também estudou a Igreja do Evangelho Quadrangular, instalada em 1950, e a Renascer, na década de 1980.

Dentre elas, a Igreja Renascer é a mais liberal. Para se aproximar de seu público-alvo utiliza rock, samba, rap e até heavy metal. Pastores vestidos de metaleiros pregam para jovens utilizando uma linguagem semelhante à desse grupo. “Jovens são atraídos pela atmosfera a que estão acostumados. Esse tipo de recurso une a pregação da fé com uma filosofia de vida que muitas vezes não seria bem aceita em outras religiões”, explica Santos.

A dança do samba, por exemplo, é admitida por estarem “sambando para Deus”. “Se Deus criou a arte por que não utilizá-la para louvá-Lo?”, essa é uma das justificativas dada pela igreja para o uso da dança e uso de tipos musicais registrados na tese.

As igrejas pentecostais têm como característica principal a crença no “batismo do Espírito Santo”, que teria acontecido pela primeira vez durante a Festa de Pentecostes, simbolizando a descida do Espírito Santo sobre as pessoas que rezavam e comungavam após a morte de Cristo. Nesse momento, pessoas de origens étnicas e idiomas diferentes começaram a falar a mesma língua e a se entender. Esse ato recebeu o nome de “glossolalia”, que seria este “falar línguas estranhas”, e é um dos momentos mais importantes do culto atual nessas igrejas pentecostais. Seria um “retorno às origens e à verdadeira fé”, de acordo com o estudioso.

Segundo essa característica de busca pelo Espírito Santo, o uso de ritmos musicais diferentes durante o culto propiciaria uma aproximação entre o pastor, a palavra pregada e a recepção e compreensão por parte dos fiéis. “No decorrer do culto há uma gradação sonora e musical até o seu ápice que é quando alguns fiéis são agraciados pelo recebimento do Espírito Santo”, declara Valdevino Rodrigues dos Santos.

No momento de êxtase e transe a música tem por função ambientar toda essa erupção de sentimentos por parte dos fiéis. “O transe que o indivíduo possa ter no ‘contato solitário com o divino’ é compartilhado nessas assembléias religiosas e isso vem aumentando e tomando uma importância para a antropologia mundial”, conclui Santos.

(USP Notícias)

Nota do blog Diário da Profecia: Há um segmento evangélico anunciando em sua rádio uma programação alternativa para os cristãos no período do Carnaval. Paradoxalmente, esse mesmo segmento está propagandeando um evento em uma de suas igrejas, onde haverá um “bom samba”, com letra “cristã”, claro. Sem dúvida alguma, sinal dos tempos. Não há limite para a incoerência.

Infelizmente o mesmo argumento do artigo, qual seja o de atingir pessoas que normalmente não se interessariam por um culto convencional e, ainda que sob a alcunha de “algum critério” (que ninguém foi capaz ainda de demonstrar qual seja), tem sido defendido por alguns adventistas. Não sabemos em que momento, muito menos com que intensidade, mas o que está acontecendo no meio evangélico ainda há de ocorrer de forma paralela entre nós.

E não sou eu que estou afirmando, está profetizado.

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A música nos últimos dias – louvando a quem?

A música nos últimos dias – louvando a quem?

Quero hoje apresentar uma profecia que tem sido objeto de minha preocupação nos últimos tempos. Foi feita por Ellen White, em janeiro de 1901, e entre outras coisas faz referência ao modo de adorar de um movimento adventista fanático que apareceu em Indiana (EUA), chamado de “Carne Santa”. Seus participantes achavam que na experiência do Getsêmani Jesus obtivera “carne santa”, isto é, como a de Adão antes da Queda. Durante os cultos, buscavam demonstrações físicas e desenvolviam alto grau de excitação com o uso de diversos instrumentos musicais (órgãos, flautas, violinos, tamboris, buzinas, e mesmo um grande tambor baixo), em som alto e estridente. Oravam e cantavam até que alguém da congregação caísse do assento, prostrado inconsciente. Vários se reuniam em volta dessa pessoa, cantando e orando, e quando ela voltava a si, era dito que havia obtido a “carne santa”, não havendo mais a possibilidade de pecar e que nunca haveria de morrer. Dois pastores, Haskell e A. J. Breed, foram enviados à reunião campal deles em Munice, Indiana, realizada entre os dias 13 e 23 de setembro de 1900, a fim de enfrentar o fanatismo.

Ellen G. White soube desses acontecimentos enquanto estava na Austrália, em janeiro de 1900, e, então, recebeu orientação de Deus quanto aos perigos dessas práticas. Mas entre outras coisas que o Senhor lhe revelou sobre o assunto, o que mais me impressiona é a comparação que Deus faz entre o que ocorria dentro do movimento e o que acontecerá no futuro, entre o povo de Deus:

“Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, músicas e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se poderá confiar neles quanto as suas decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 36). Um pouco antes, na mesma profecia, Ellen G. White aponta para o tempo em que essas manifestações voltariam a aparecer, afirmando: “O Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes da terminação da graça.”

Note bem que nesta profecia, que foi escrita quando Ellen estava na Austrália, no ano de 1901 (mais precisamente no dia 17 de abril), Deus lhe revelou que essas coisas aconteceriam “imediatamente antes da terminação graça”. À semelhança do que ocorrera em Indiana, surgiria algo estranho, envolvendo “gritos com tambores, música e dança”. Portanto, temos aí mais um sinal da proximidade da volta de Jesus, e precisamos estar atentos.

Mas qual é a preocupação de Deus com o Seu povo? Em toda a história da humanidade e do povo de Deus, vemos a adoração como estando no centro do conflito entre o bem e o mal. A adoração sempre foi o campo mais cobiçado de Satanás. A questão é: a quem adorar e como adorar.

Após a Queda no Éden, foi travado o primeiro combate sobre a maneira correta de adorar. Caim, com os seus frutos, e Abel, com o seu cordeiro. Caim adorando como sua mente carnal orientava; Abel adorando como Deus havia ensinado (Gn 4:3-8). Ao longo da história do povo de Israel, a tentação foi constante para afastarem-se da forma correta e do verdadeiro objeto de adoração (Deus). Chegaram ao ponto de entregar seus filhos ao deus Moloque como ato de adoração (Jr 32:35 e 2Rs 23:10). Satanás, quando se apresentou a Cristo no deserto, pretendia até entregar o mundo e seus habitantes de volta ao Seu Dono, mas sempre à sua maneira, do seu jeito. “Tudo Te darei se prostrado me adorares” (Mt 4:9).

Meu querido companheiro cristão, uma das últimas batalhas que o povo de Deus terá que enfrentar é a de decidir a quem adorar e como adorar. A adoração será o ponto de conflito entre o bem e o mal, e todos os cristãos, sinceros e falsos, estarão envolvidos nesse conflito. Precisamos estar atentos, pois o inimigo nunca vem até nós de forma clara, aberta e já declarando suas intenções. Sempre virá de forma velada, escondida, sem revelar sua real intenção.

Querendo proteger a Igreja, Deus deixou uma profecia alertando sobre os problemas que ela enfrentaria bem perto da volta de Jesus. A profecia diz que nos cultos apareceriam “gritos com tambores, música e dança”.

Satanás conhece o valor da música e é por isso que faz tanto esforço para introduzir no culto esses elementos que, ao contrário de adorar ao Deus do Céu, adoram ao deus das trevas. Existem hoje músicas que nada mais são do que gritos estridentes, que ferem a muitos que as ouvem. Boa parte das músicas de agora não tem “tambores”, mas tem a bateria, que leva alguns ao delírio e outros às lágrimas de tristeza; não tem “tambores”, mas tem uma infinidade de instrumentos que são devidamente arranjados pelo inimigo dentro de alguns play-backs (nem todos).

Quando se termina a apresentação de algumas músicas com essas características, muitos não conseguem lembrar de uma frase sequer do texto, pois a “gritaria”, o barulho dos instrumentos e a excitação dos sentimentos acabaram por ocultar a mensagem. O que presenciamos hoje em alguns corais e conjuntos, em minha opinião, é o cumprimento exato dessa profecia. Assisti a uma apresentação, por exemplo, na qual maestro e os coralistas dançavam em pleno “culto”.

Minha querida Igreja, a profecia vai ser cumprida, mas ai de quem a cumprir. Jesus disse que os escândalos viriam, mas ai daqueles por quem vierem (Lc 17:1). Essa forma errada de adoração seria introduzida nos cultos, mas ai daqueles que a introduzissem. Este “ai” foi pronunciado pelo dono da Igreja, Jesus Cristo.

O que me choca é que muitos, hoje, não estão querendo enxergar o que de fato estão vendo, e outros simplesmente não estão percebendo nada, ou melhor, não vêem mal algum nesse tipo de música. Alguns chegam a dizer que os tempos mudaram e que os jovens precisam de algo mais alegre. É verdade, os tempos mudaram, mas essas mudanças não são, infelizmente, produzidas por Deus (Rm 12:2). Não estou combatendo a música e o uso devido dos instrumentos na adoração; estou alertando acerca de um problema que aparece cada vez mais em nosso meio. Sinto profunda tristeza ao ver que em muitas de nossas reuniões essa profecia já está se cumprindo.

Para alguns grupos musicais o importante é o show, o espetáculo, e não a adoração a Deus. Para outros, o êxito da apresentação é medido pela reação dos espectadores, sendo sinal de sucesso o balançar das mãos, palmas acompanhando o ritmo, e ao final da música, à semelhança de qualquer banda de rock, a explosão da multidão em gritos e assobios. Essas reações, e eu mesmo já as presenciei, são semelhantes às que se vêem nas reportagens de grupos musicais seculares, com a diferença de que se pretende prestar um culto a Deus.

Note o que Ellen White ainda diz sobre este assunto: “O Espírito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e da multidão de sons como me foram apresentados em janeiro último [referindo-se à música do movimento da “Carne Santa”]. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 37).

Meu querido, é esse o tipo de culto que vai levar alguém a aproximar-se de Deus? Ele mesmo já declarou que o Espírito Santo não tem nada a ver com tal confusão. É Satanás quem está ali, podendo usar até boas pessoas para que o verdadeiro culto não aconteça. Veja o terrível risco que se corre ao brincar com estas coisas: “Esses [em Indiana] foram arrastados por um engano espírita” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 595).

Até quando ficaremos covardemente calados diante do que está acontecendo em nosso meio? Quem vai se levantar e, com amor, ensinar a esses bons irmãos sobre qual é a vontade da Deus acerca deste assunto? Até quando seremos alimentados com músicas que não nos aproximam de Deus, mas nos ferem?

Eu suplico ao meu Deus que nos abra os olhos para que vejamos o perigo que nos está rondando e o engano que Satanás está tentando introduzir em nosso meio, de forma sutil, lenta e gradual. A profecia diz que haveria muitos gritos, música e dança, mas a pergunta que cada filho de Deus precisa fazer é: Serei eu o cumpridor dessa profecia? Note o alerta feito por Deus: “Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira como é dirigida” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 38. A profecia, feita há mais de cem anos, é mais um indício de que estamos vivendo no fim da história deste mundo. A profecia esta aí, mas quem a cumprirá?

Espero que nenhum de nós seja o cumpridor dessa triste profecia, mas que nossas músicas nos cultos tenham um único objetivo, que é o de exaltar ao nosso Criador; que todos os que receberam de Deus o dom de cantar usem-no somente para engrandecer ao Doador da voz e ao Criador da música; que Ele seja o único a ser louvado com as músicas apresentadas, e que os espectadores possam, ao término da cada música, estar mais perto de Jesus; que a boa música prevaleça em todas as nossas reuniões campais, congressos e camporis. Onde o Senhor for adorado, que ali tenhamos sempre o melhor para o Melhor: Deus.

(Pastor Élbio Menezes, presidente da Associação Norte-Paranaense)

Nota: dias atrás, recebi o seguinte e-mail preocupante: “Em setembro, fui ao .........., para ouvir um musical. Eu estava muito empolgada e convidei duas visitas. Infelizmente, alguns cantores cantaram literalmente gritando! Isso é uma ofensa aos ouvidos! Um cantor gritou tanto que, no fim, a maior parte da platéia gritava exaltando-o! Juro que fiquei com medo e vergonha. As minhas visitas eram uma mulher de mais ou menos 45 anos e o filho, de 22 anos. No fim, ela saiu de lá com dor de cabeça e eu também. O filho dela disse que não se incomodou, pois ele estava acostumado a ir a shows de rock onde o pessoal grita muito também! Triste... muito triste mesmo! O que mais me deixa triste é que a direção [do evento] não fez nada para impedir um ‘show’ assim.”

Será que a profecia de um século não está começando a se cumprir em nossos dias?
Fonte

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

JIU-JITSU NO ALTAR!

Jiu-jitsu no Altar!
2 Pitacos!
Matéria (estranha) publicada na Folha de São Paulo chamou minha atenção, bom, vamos primeiro para matéria:

Igreja Renascer monta ringue de vale-tudo em templo para atrair mais jovens a culto em SP


Pastor Mazola, em pé no altar próximo ao ringue construído para "atrair" jovens lutadores e adeptos das artes marciais para o templo, narra à platéia a luta e abre a contagem.
No intervalo, nada de meninas e placas, mas sim louvores e testemunho do pastor.
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Após o culto, retornam as atividades e madrugada adentro as lutas continuam. Durante a Semana, o templo fica aberto para treinos e atividades esportivas.
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A folha entrevistou alguns participantes e também a antropóloga Clara Mafra, que curiosamente foi ao ponto da questão:
"Nos anos 40, eles introduziram no Brasil guitarras em cultos. Nos anos 50, a Assembléia de Deus fez concursos de miss entre as irmãs e não deu certo. A junção de sagrado e mundano causa estranheza, que pode ser ruim ou ter apelo como bom marketing religioso."
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Tento imaginar até aonde vai o limite do homem. Penso que em breve veremos nos templos sessões de jogos com Play Station ou corujão de Counter Strike para trazer os adolescentes para igreja.
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Quem sabe entre uma rodada e outra de tiros o pastor se levante usando roupa camuflada e coturno e faça o apelo.
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Ou quem sabe teremos uma sessão para as mulheres da igreja assistirem o final da novela juntas e logo após então uma reunião de oração pelos casamentos destruídos.
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A igreja possui um papel social muito importante na comunidade onde está inserida. Deve sim buscar alternativas para alcançar a todos, e não medir esforços para que o evangelho e a Palavra sejam anunciados, mas existe um limite tênue entre a função social e o "marketing religioso".
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Afinal? tudo é lícito se o objetivo é evangelizar?
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Confundimos quando pensamos que qualquer ação é justificável se o desejo final é levar alguém a Cristo, os esforços não devem ser medidos, as ações sim!
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Templos tem se tornado pelas mãos humanas em circos, e o altar o picadeiro para palhaçadas! Nem precisa ser dito quem é o palhaço.
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Mandingas, simpatias, amuletos, magia e toda sorte de imundícia contaminam aquele que deveria ser um lugar santificado, separado.
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O pior é que não existe circo, picadeiro e palhaço se não existir platéia, e esta só vai ao circo por que deseja assistir o espetáculo! É em nossas mãos que está a reação para mudar, em nós o poder de escolha e decisão.
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Mas quantos querem uma fé mais pura, um cristianismo mais simples, um retorno ao evangelho. Se estas práticas interferem em nosso estilo de vida ou conceito, preferimos ver qual será a próxima atração do circo.
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Comportamento, Cotidiano, Teologia Barata |

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A música e a guerra entre Cristo e Satanás para dominar a mente do Cristão - Gilberto Theiss

A música e a guerra entre Cristo e Satanás para dominar a mente do Cristão

Uma das questões que têm sido levantadas em nossos dias na área musical dentro da teologia é a seguinte: de fato, qual a influência e o poder que a música exerce sobre o ser humano? Este artigo tentará responder a esta pergunta, tratando a questão apenas de ponto de vista puramente espiritual.

Antes de prosseguirmos, precisamos entender cinco questões fundamentais para que possamos compreender este grande conflito envolvendo a música, seja ela religiosa ou não:

1º - Satanás era quem cuidava da música no céu.

2º - Ele quem ensinava a música.

3º - Ele quem ministrava até mesmo os instrumentos.

4º - Abaixo de Deus era a maior autoridade neste assunto.

5º - Quando Lúcifer se transformou em pecado, o dom musical que possuía também sofreu esta transformação, porém também para o pecado.

Por causa desta transformação, uma de suas principais armas em seu plano para enganar a humanidade hoje é transformar a música pura e sacra em músicas que afastem a Deus dos pensamentos dos Seus filhos. E quando estou a falar de música não estou me referindo a letra, porque muitos tem usado essa mistura de usar letras religiosas com músicas mundanas. É importante que tenham em mente que a letra não santifica a música. Satanás promoveria uma mudança na pura música transformando-a em uma música capaz de impedir que os cristãos tenham uma verdadeira experiência com
Deus e com sua verdade, a esse respeito Ellen White comenta:

“Os anjos associaram-se a Adão e Eva em santos acordes de harmoniosa música...Satanás ouviu o som de suas melodias de adoração ao Pai e ao Filho. E quando Satanás o ouviu, sua inveja, ódio e malignidade aumentaram, e ele expressou a seus seguidores a sua ansiedade por incitá-los a desobedecer, atraindo assim sobre eles a ira de Deus e mudando os seus cânticos de louvor em ódio e maldição ao seu Criador.”– Ellen White, História da Redenção, p. 31.

Muitos acreditam que devemos respeitar a cultura musical de cada região e pais, mas na declaração acima podemos perceber que Deus introduziu no Éden uma cultura musical harmoniosa e santa e que satanás quando ouviu tal música resolveu que trataria de mudar essa cultura musical santa para uma música que incitaria as pessoas a desobediência, uma música cultural diferente. Tudo o que este anjo possuía em matéria de talentos e dons, inclusive em questões musicais, ele transformou em puro ódio e maldição . A partir da entrada do pecado, a cultura celestial que existia no Éden foi mudada, e uma nova cultura passou a imperar sobre este planeta. Não podemos nos esquecer que, após a queda do homem, Satanás é considerado o “príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30; 16:11). Dentro desta cultura satânica implantada neste mundo após a queda, surgiram também as culturas musicais provenientes de Satanás. Por esta razão temos que ter muita cautela para não adotarmos a cultura como norma, acima do princípio bíblico, mas antes, fazê-la passar pelo filtro da palavra de Deus.

Analisemos alguns possíveis efeitos significativos da cultura musical implantada neste mundo pelo anjo caído sobre nosso estado, tanto mental quanto espiritual.

Possíveis efeitos da música secular mundana sobre a mente e a espiritualidade:
· Pode tornar-te um cristão superficial.
· Pode alterar o comportamento humano baixando as defesas do lobo frontal.
· Pode abrir as portas da vida para os demônios.
· Pode fazer com que você perca o domínio próprio e o discernimento espiritual das coisas.
· Pode corromper o paladar auditivo.

Alguns exemplos de músicas seculares mundanas que tem se introduzido nas igrejas cristãs
· Rock
· Funk
· Sertanejo
· Pagode ou samba
· Jazz
· Bluz

Acredita-se que a música tem o poder de alterar o comportamento, influenciando para qualquer tipo de implicação moral. A esse respeito expressou Martin Claret, “Quer abertamente, ou de maneiras sutis, que se comunicam do subconsciente para o subconsciente, os músicos sempre expressam, o nível de harmonia ou desarmonia psicológica que têm dentro de si.” – Martin Claret, O Poder da Música, p. 103.

Além de implicações Moraes para o bem ou para o mal “A música transfere os elementos da consciência do autor para os ouvintes. Portanto pelas artes tonais haverá implicações morais.” – Martin Claret, O Poder da Música, p. 99.

O astro de rock Jimi Hendrix declara, ainda mais enfaticamente, uma opinião mais séria ainda : “Você pode hipnotizar as pessoas com a música e quando eles chegarem ao seu ponto mais fraco você pode pregar para os seus subconscientes o que você quiser dizer.” Jimi Hendrix, entrevistado pela Life (3 de outubro de 1969), pág. 4.

Além disso, estudos tem demonstrado que a música tem o poder de mexer com as três estruturas na qual somos formados que chamamos de Espiritual, mental e corporal. Melodia, harmonia e ritmo. A melodia trabalha o lado espiritual e talvez seja esta a razão do porque que Gregório se preocupou em produzir músicas com enfase na melodia na chamada música gregoriana. A harmonia trabalha com a parte mental. A divisão, distribuição e junção das vozes para criar a harmonia força o amadurecimento mental e conseqüentemente o intelecto. Agora sobra-nos o ritmo que por sua vez é o mais polêmico. O ritmo fora do padrão espiritual mexe mais com o corpo, e conseqüentemente com as paixões da carne, principalmente se for acentuado e cadenciado por instrumentos não melódicos como os tambores ou bateria. Hoje em dia a ênfase na estrutura da música são os ritmos. Existem exageros nas partes rítmicas da música e pouquíssimo de melodia e harmonia. Portanto se a música traz implicações Moraes, não deveríamos produzir e ouvir músicas que explorem mais a melodia e a harmonia para elevar a mente e a espiritualidade do que o ritmo que apela mais ao corpo?

Na música religiosa o se que faz mais necessário é a reflexão mental da mensagem falada ou cantada para elevar a espiritualidade. Isso não acontece quando a música com ritmos acentuados apelam mais ao corpo do que a mente e a parte espiritual. Isso não implica que devamos extinguir o ritmo porque toda música é construída sobre o ritmo. Os grandes teólogos e estudiosos em música como o Pastor Wolfgang Hans Martin Stefani, Eurydice Osterman, Pastor Vanderlei Dorneles, Pastor Jorge Mário, Pastor Samuele Bacchiocchi, Pastor Dario Pires de Araújo e outros mais, reconhecem que um dos problemas se concentra também na acentuação do ritmo e na marcação com batidas dos tambores ou bateria que apelam mais as sensações emocionais e corporais do que as espirituais e mentais. Alguns poderiam dizer: mas e daí, qual é o problema?

Bom, vejamos a resposta na surpreendente história de um homem chamado Phineas Gage que foi um jovem supervisor de construção de ferrovias da Rutland e Burland Railroad, em Vermont, EUA. Em 1848 de setembro, enquanto estava preparando uma carga de pólvora para explodir uma pedra, ele socou uma barra de aço inadvertidamente no buraco. A explosão resultante projetou a barra, com 2.5 cm de diâmetro e mais de um metro de comprimento contra o seu crânio, a alta velocidade. A barra entrou pela bochecha esquerda, destruiu o olho, atravessou a parte frontal do cérebro, e saiu pelo topo do crânio, do outro lado.

Gage perdeu a consciência imediatamente e começou a ter convulsões. Porém, ele recuperou a consciência momentos depois, e foi levado ao médico local, Jonh Harlow que o socorreu. Incrivelmente, ele estava falando e podia caminhar. Ele perdeu muito sangue, mas depois de alguns problemas de infecção, ele não só sobreviveu à horrenda lesão, como também se recuperou bem, fisicamente.

Porém, pouco tempo depois Phineas começou a ter mudanças surpreendentes na personalidade e no humor. Ele tornou-se extravagante e anti-social, praguejador e mentiroso, com péssimas maneiras, e já não conseguia manter-se em um trabalho por muito tempo ou planejar o futuro. Passou a ter comportamentos inconseqüentes. "Gage já não era Gage", disseram seus amigos. Ele morreu em 1861, treze anos depois do acidente, sem dinheiro e epiléptico, sem que uma autópsia fosse realizada em seu cérebro. O médico que o atendeu, John Harlow, entrevistou amigos de parentes, e escreveu dois artigos sobre a história médica reconstruída de Gage, um em 1948, intitulado "Passagem de uma Barra de Ferro Pela Cabeça”, e outro em 1868, intitulado "Recuperação da Passagem de uma Barra de Ferro Pela Cabeça”.

Phineas Gage tornou-se um caso clássico nos livros de ensino de neurologia. A parte do cérebro que ele tinha perdido, os lobos frontais, passou a ser associada às funções mentais e emocionais que ficaram alteradas. Harlow acreditava que, "o equilíbrio entre as faculdades intelectuais e as propensões animais parecem ter sido destruídas.

O crânio dele foi recuperado, e preservado no Warren Medical Museu da Universidade de Harvard.

Mais recentemente, dois neurobiologistas portuguêses, Hanna e Antônio Damasio da Universidade de Iowa, utilizaram computação gráfica e técnicas de tomografia cerebral para calcular a provável trajetória da barra de aço pelo cérebro de Gage, e publicaram os resultados em Science, em 1994. Eles descobriram que a maior parte do dano deve ter sido feito à região ventromedial dos lobos frontais em ambos os lados. A parte dos lobos frontais responsável pela fala e funções motores foi aparentemente poupada. Assim eles concluíram que as mudanças no comportamento social observado em Phineas Gage provavelmente foram devidos a esta lesão, porque os Damasios observaram o mesmo tipo de mudança em outros pacientes com lesões semelhantes, causando déficits característicos nos processos de decisão racional e de controle da emoção.

"Gage foi o início histórico dos estudos das bases biológicas do comportamento", disse Antônio Damasio.

A história de Gage também se tornou um passo importantíssimo para os avanços de pesquisas e estudos feitos na área da música e o comportamento humano. Vários teólogos e estudiosos tem associado os ritos frenéticos e música com tambores ou bateria com as reações nada amistosas nos seres humanos que participam delas. Como o assunto aqui pautado tem como referência direta a música religiosa, podemos citar por exemplo dentro deste contexto o que de fato acontece nos cultos pentecostais. Eu pessoalmente assisti a um culto em uma determinada igreja pentecostal, e o que presenciei ali foi exatamente o que também presenciei em um culto de candomblé. O interessante que quero destacar é que sempre antes da hipnose e dos comportamentos estranhos e possessões demoníacas, há uma explosão de música ritmada e com muito tambor ou bateria, isso em ambos os cultos.

Percebe-se que a música teve um papel predominantes para que tal êxtase pudesse acontecer. Evidentemente, sem a música com tambores seria mais difícil provocar tal êxtase no culto pentecostal e no culto de candomblé. O que de fato alguns estudiosos e teólogos da música têm descoberto é que assim como phineas Gage perdeu completamente sua capacidade de racionalizar, discernir, medir e coordenar suas atitudes e decisões depois de ter comprometido no acidente a parte frontal do cérebro que comanda todas essas funções, dessa mesma forma a música com a acentuação do ritmo movido pelos tambores ou bateria também podem inibir a capacidade neurológica do lobo frontal baixando assim suas defesas chegando ao ponto de permitir que os anjos caídos tenham completo domínio sobre os que participam de tal culto.

Na menor das hipóteses, a baixa resistência do lobo frontal impedindo sua capacidade neurológica total, poderia também implicar em reações adversas como por exemplo a superficialidade cristã. Em nossos dias, com a música mundana, especialmente o pop rock entrando para dentro de nossas igrejas, nunca tivemos um mundo tão religioso e ao mesmo tampo nunca tivemos uma religião tão mundanizada. Será que a música mundana que tem entrado e sido aceita pelas igrejas não estaria intimamente ligada com o tipo de cristãos que tem se formado em nossos dias? Cristãos descomprometidos, mornos, apáticos espirituais, indiferentes e sem o devido entusiasmo para estudar mais profundamente a palavra de Deus?

Muitos perguntam: "De que forma músicas como apresentadas aqui poderiam afetar a vida do cristão para o bem ou para o mal? As músicas que apelam mais a parte mental e espiritual nos condiciona a sermos mais fortes e firmes nos propósitos, decisões, lutas e compromissos espirituais com Deus. De forma contrária, toda música que apele mais ao corpo, aos sentimentos e as emoções tendem a nos tornar superficiais em nossos propósitos, decisões, lutas e compromissos espirituais com Deus. Isso explicaria o alerta de Ellen White ao mencionar a música com tambores apresentada em indiana, que “Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo”. ME, Vol 2 – 36.

Não podemos de forma alguma subestimar o anjo caído, porque Ellen White ainda escreveu que “Por milhares de anos Satanás tem estado a fazer experiências sobre as propriedades da mente humana, e aprendeu a conhecê-la bem. Por meio de operações sutis nestes últimos dias está ele ligando a mente humana com a sua própria, enchendo-a com suas idéias” Medicina e Salvação, 11.

Lembremo-nos de que satanás é o maior entendido no assunto da música não somente aqui na terra mas também entre os anjos que caíram com ele e os que restaram no céu.

Atentemos para as advertências bíblicas.

“Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores. Pois Deus é o Rei de toda a Terra; Cantai louvores com inteligência.” (Salmo 47:6,7)

Neste verso, o salmista nos orienta que música é uma questão de inteligência e sabedoria e não de sentimentos ou gostos pessoais. Muitos escolhem uma música devido a reação aparentemente boa que ela dá, mas lembremo-nos de que nossas emoções também foram maculadas pelo pecado e por isso não podem servir de base para definir o que é bom e o que não é. Nossas escolhas devem ser baseadas pela vontade de Deus apenas. Notemos com atenção o texto seguinte:

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2)

Este texto esclarece ainda mais a questão da adoração através da mente, ou seja, o “culto racional”. Além disso, enfatiza que, somente quando meu entendimento (isto é, minha mente) estiver transformado, aí então poderei experimentar a vontade de Deus em minha vida.

“Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.” (Amós 5:23)

Assim como no passado, existem algumas condições para que nossos louvores sejam ouvidos e aceitos por Deus. Portanto é necessário que, ao recebermos a luz acerca do que Deus espera em nosso louvor a adoração musical, que cumpramos Sua vontade e não aquilo que achamos, ou o que agrada ao nosso gosto pessoal. A Bíblia tem respostas suficientes para sabermos escolher melhor a música que usamos com o objetivo de adorar a Deus. Portanto busquemos essas respostas com humildade e com a orientação do Espírito de Deus e com certeza as encontraremos.

“Cantai ao Senhor um cântico novo.” (Salmos 96:1)

Nove vezes a Bíblia fala em cantar “um novo cântico”. Sete vezes essa frase ocorre no Velho Testamento (Salmos 33:3; 40:3; 96:1; 98:1; 144:9; 149:1; Isaías 42:10) e duas vezes no Novo Testamento (Apocalipse 5:9; 14:2). Mas não se trata aqui de uma ordem para cantarmos somente composições que acabaram se ser criadas. Trata-se de cantar uma nova experiência, na qual é possível louvar a Deus com um novo significado.

No Novo Testamento a palavra grega traduzida por “novo” é kainos, que significa novo em qualidade e não em tempo. O segundo significado é expresso pela palavra grega neos. O Theological Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento) claramente explica a diferença entre as duas palavras gregas neos e kainos. “Neos é o que é novo no tempo ou origem.... kainos é o que é novo em natureza, diferente do habitual, impressionante, melhor que o velho”.

Cantai ao Senhor um cântico novo, significa que os velhos cânticos devem ser deixados. Cantai ao Senhor um cântico novo de uma nova vida, de um novo coração, de uma nova mente, de novos valores, novos princípios e não cânticos velhos e mundanos cheios de uma cultura imposta por Satanás.

“Adejam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos, ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para o salão de baile. Vedem, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas os anjos afastam-se da cena. Têm tristeza no semblante. Vede como choram! Isto vi eu repetidamente pelas fileiras dos observadores do sábado…” – Ellen White, Mensagem aos Jovens, p. 295

Ellen White apresenta nesta declaração que a música é um conflito não só na mente humana, mas também um conflito espiritual. E não poderia ser diferente, uma vez que a mente humana é o campo desta guerra entre o bem o e mal. Cada escolha feita, cada decisão tomada é uma batalha, que será vencida por Deus ou pelas hostes do mal. O fato de os anjos recolherem para si a luz que deles irradiava demonstra claramente a natureza espiritual deste conflito, demonstrando também qual dos lados estava vencendo aquela batalha específica.

O que podemos dizer das músicas (Música e não a letra) apresentadas em nossas programações, congressos e campais evangelísticos atualmente? E das músicas ouvidas em nosso quotidiano? Se pudéssemos ver o invisível, qual seria o semblante dos anjos ao nos contemplarem, enquanto executamos as músicas que estamos acostumados a ouvir?

“Satanás não faz objeções à música, uma vez que a possa tornar um caminho de acesso à mente dos jovens.” – Ellen White, Mensagens aos Jovens, p. 295.

Satanás foi o responsável pela música no céu, (Ezequiel 28:13) e, infelizmente, tem sido o responsável pela música que entra em nossas casas e em muitas de nossas igrejas com o objetivo de ter acesso a nossas mentes tornando-nos superficiais em nosso compromisso com Deus.

“...E quando Satanás o ouviu, sua inveja, ódio e malignidade aumentaram, e ele expressou a seus seguidores a sua ansiedade por incitá-los a desobedecer, atraindo assim sobre eles a ira de Deus e mudando os seus cânticos de louvor em ódio e maldições ao seu Criador.” – Ellen White, História da Redenção, p. 31

A cultura musical de satanás produzida por ele, está associada ao seu ódio ao criador e suas criaturas. É possível que a música, mesmo a música religiosa, esteja mais satisfazendo aos gostos de Satanás do que de Deus. Esta não precisa ser uma regra geral. Certamente, não é a vontade de Deus que isso ocorra entre Seus filhos. Portanto como tem sido as tuas escolhas musicais? Quais sons tem alimentado a tua mente? São sons que alimentam e excitam a natureza carnal, ou sons que alimentam e elevam a natureza espiritual?

Dois riscos de se falar de música

1º - Critérios baseados no gosto pessoal.

2º - Tentar mostrar às pessoas que se deve mudar o gosto musical (Salmos 96:1).

Tratar do assunto de música em nossos dias pode custar muito desgaste devido a estes dois riscos, o gosto pessoal das pessoas e da necessidade de mudar os próprios gostos.

São poucos os que estão dispostos a sacrificar seus gostos. Quando entregamos nossa vida a Cristo, isto implica em uma nova percepção do mundo, englobando todas as áreas da vida. Muitas coisas precisam mudar e muitos gostos também, mas uma grande maioria dos professos filhos de Deus não leva em consideração a mudança que também é necessária nos gostos musicais. Estes também deveriam ser refinados e aguçados, colocados em consonância com os princípios divinos do verdadeiro louvor.

Precisamos treinar nosso gosto ao ambiente celestial, adquirindo uma apreciação pelas verdadeiras músicas que realmente traçam a linha de nosso ser com o céu. A esse respeito Ellen White escreveu que foi-lhe “ mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. Vi grupos de anjos que se achavam dispostos em quadrado, tendo cada um com uma harpa de ouro. Há um anjo que dirige sempre, o qual toca primeiro a harpa a fim de dar o tom, depois todos se ajuntam na majestosa e perfeita música do Céu. Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível.” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 45.

“Precisamos aprender a entoar aqui o cântico do Céu, de modo que quando terminar a nossa peleja possamos participar do cântico dos anjos celestiais na cidade de Deus.” Historical Sketches, págs. 145 e 146.

“A música forma uma parte do culto de Deus nas cortes do alto. Devemos esforçar-nos em nossos cânticos de louvor, por aproximar-nos o mais possível da harmonia dos coros celestes.” Evangelismo, pág. 507.

Se a mensageira do Senhor apela para que nos esforcemos em aproximar o mais possível da harmonia dos coros celestiais, não deveríamos dar atenção as orientações bíblicas com respeito a música e as características da instrumentação usada na adoração, ao invés de introduzir músicas com instrumentos característicos do rock, jazz e bluz de característica secular mundana mudando apenas a letra? Espero que declarações como esta nos leve a uma profunda reflexão.

4 critérios para escolher uma boa música

1º - Letra – Mensagem que esta música transmite, porque elas são gravadas na mente do ouvinte.

“Poucos meios há eficientes para fixar Suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos. E tal cântico tem maravilhoso poder. (...) É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes à alma oprimida duramente e pronta a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus - as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância - e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras almas!” – Ellen White, Educação, pág. 166, 167.

2º - Ritmo – Toda música tem ritmo, mas nem todo ritmo é saudável a mente. Por esta razão veja algumas considerações importantes a respeito do ritmo:

“A música saudável pode ser alegre ou reflexiva, mas nunca coloca o ritmo em uma posição mais importante que a mensagem. Quando uma música mexe mais com o corpo do que com o coração, torna-se perigosa.”& – Erton Kohler, RA – Agosto de 2006, Pág. 19.

“O elemento que mais facilmente caracteriza uma música é seu ritmo. Alguns acham que a Igreja tem preconceito para com o ritmo. A igreja canta suas mensagens, e estas possuem ritmo. Só que há ritmo que caracteriza o sensual, o profano, e com estes devemos recusar cantar de nossa fé. Se é a isso que chamam de “preconceitos a ritmos”, então devemos ter, e muito” – Jorge Mário de Oliveira, Artigo: Melodia, Ritmo e Harmonia.
http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/melodia_ritmo_harmonia.htm)

“Na atualidade, o elemento musical muito explorado na música popular é o ritmo. Seu efeito sobre o físico e a mente são marcantes pelo fato de que o ser humano é um ser rítmico (o pulsar do coração, a respiração, o andar e falar). Após uma contínua repetição de uma mesma célula rítmica por um período relativamente longo de tempo, a mente ficará relaxada e entorpecida. Isto favorece um estado de hipnose, como acontece nos cultos de Candomblé e nos espetáculos de rock. A música em que o elemento rítmico é predominante, agirá como intoxicador que em si não leva uma pessoa a praticar ato algum, porém diminui a sua resistência ao impulso de praticá-lo.” – Pr. e Prof. Dario Pires de Araujo – Artigo: Parâmetros para a Escolha de Música Sacra.
(http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/parametros_escolha.htm)

3º - Autor ou cantor – Quando eu gosto de uma música, tenho a tendência de admirar o cantor.

“É lei, tanto da natureza intelectual como da espiritual, que, pela contemplação, nos transformamos. O espírito gradualmente se adapta aos assuntos com os quais lhe é permitido ocupar-se. Identifica-se com aquilo que está acostumado a amar e reverenciar.” – Ellen White, O Grande Conflito, pág. 555.

Tendo em mente o texto acima, vemos a importância de darmos atenção indevida a estes agentes humanos e, com isso corrermos o risco de adquirirmos característica pessoais dele e não de Jesus . As características do cantor de seu comportamento, caráter e idéias se transferem, por conta desta lei do mundo espiritual, aos seus ídolos ou admiradores.

4º - Reação sua para com a música – Ela pode fazer desenvolver bons comportamentos, mas também pode desenvolver maus comportamentos.

“A história dos cânticos da Bíblia está repleta de sugestões quanto aos usos e benefícios da música e do canto. A música, muitas vezes, é pervertida para servir a fins maus, e assim se torna um dos poderes mais sedutores para a tentação. Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma. (...) Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar simpatia, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pensamentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço.” – Ellen White, Educação, p. 166, 167

Considerações finais

O relato Bíblico nos diz, em Êxodo 32, que Moisés subiu para buscar as tábuas de pedra que selavam o concerto de Deus com Seu povo. O povo, preocupado com a demora de Moisés pediu a Arão que fizesse um deus para guiá-los e ele fez um bezerro de ouro. Josué disse a Moisés: Ouça sons de guerra. Moisés respondeu: Não, são cantos de orgia. Eles estavam adorando um bezerro, cantando orgias e dançando.

Este mesmo povo havia dito, há poucos dias atrás que “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos.” (Êxodo 19:8) Agora, abandonando e desprezando o concerto que havia acabado de ser feito, afastaram-se de Deus, elegendo diante de si outros deuses. A conseqüência direta foi que:

· A música naquele dia foi capaz de levá-los aos pés de Satanás.
· A música naquele dia foi capaz de levá-los à prostituição.
· A música daquele dia foi capaz de levá-los ao adultério.
· A música daquele dia foi capaz de levá-los ao mais baixo nível moral.
· A música daquele dia foi capaz de levá-los para as trevas.
. A música daqueler dia foi capaz de fazer o corpo dominar sobre a mente.
· Através da música, Satanás teve total controle sobre suas mentes.

Trazendo para nossos dias, de maneira apenas ilustrativa e figurativa poderíamos dizer que o grito de guerra de Satanás seria o mesmo dos bailes funks da atualidade, “TÁ TUDO DOMINADO”. A música tem o poder de elevar, santificar, fortalecer, de nos aproximar de Deus, mas também tem o poder para corromper o caráter, enfraquecer a moral e de nos afastar de Deus colocando o ser humano sobre o domínio do inimigo das almas.

Ellen White diz que ela viu uma cena, relatada em Mensagens aos Jovens, p. 295. Veja esta fascinante declaração da mensageira do Senhor:

“Vi Satanás plantando sua bandeira nos lares dos que professam ser os escolhidos de Deus; mas os que andam na luz devem ser capazes de discernir a diferença entre a negra bandeira do adversário e a bandeira manchada de sangue, de Cristo.” – Ellen White, Testimonies, vol. 4, p. 200; Serviço Cristão, p. 209.

A pergunta que surge é: No tema abordado aqui, que tipo de bandeira tem você plantado em seu lar, em sua sociedade e em sua igreja?

A MÚSICA SUPERIOR - Douglas Reis

A MÚSICA SUPERIOR - Douglas Reis

Quero chamar a atenção para essas duas citações de Ellen White:

“O cântico é um ato de adoração. O coração deve sentir o espírito do cântico a fim de dar a este a expressão correta.” [3]

“Vi que todos devem cantar com o espírito e com entendimento também. Deus não Se agrada de barulho e desarmonia. O certo é-lhe sempre mais aprazível que o errado. E quanto mais perto puder chegar o povo de Deus do canto correto, hamonioso, tanto será Ele mais glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos impressionados favoravelmente.” [4]

O ponto mais claro afirmado nos dois textos é que existe uma forma correta de louvar a Deus. Em contrapartida, se há o correto, somos levados a crer que o que se afasta de seus princípios se torna incorreto.

Alguns poderiam afirmar “Música é questão de cultura”. É verdade que toda expressão artística (música, artesanato, artes plásticas, etc) parte de uma cultura. Mas os valores é que moldam a cultura. Se os princípios da Palavra de Deus moldam nosso coração, não nos afastaremos totalmente da nossa cultura de origem – no meu caso, e no da maioria dos leitores, a cultura brasileira – , mas ela será transformada, e seus aspectos contrários ao Evangelho serão sublimados. Isto é o que B.B. Beach quer dizer quando afirma que o culto é transcultural.[5]

Como cristãos, somos chamados a olhar para o modelo musical mais elevado, a música celestial. Em Testemenhos Seletos, volume I, a segunda citação vista acima, Ellen White fala que “[…] quanto mais puder chegar o povo de Deus do canto correto, harmonioso, tanto mais será Ele glorificado[…]”. Somos tomados por curiosidade a respeito do que seria exatamente este “canto correto”; felizmente, a autora se refere no parágrafo posterior à música executada nas cortes celestes, detalhando determinadas práticas dos músicos superiores:

“Foi-me mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. Vi grupos de anjos que se achavam dispostos em quadrado, tendo cada um uma harpa de ouro. Na extremidade inferior dela havia um dispositivo para virar, fixar a harpa, ou mudar os tons. Seus dedos não corriam pelas cordas descuidosamente, mas faziam vibrar diferentes cordas para produzir diferentes acordes. Há um anjo que dirige sempre, o qual toca primeiro a harpa a fim de dar o tom, depois todos se ajuntam na majestosa e perfeita música do Céu. Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível.” [6]

Elementos como ordem, perícia técnica, harmonia e elevação podem ser claramente notados na descrição mencionada.[7] Na Bíblia, o cântico dos anjos é dirigido a Deus Pai, quando concluiu Sua Obra de Criação (Jó 38:7) e Deus Filho, quando concluiu a Sua Obra de Redenção (Apocalipse 5:12). Sempre uma obra divina serve de mote para que os anjos glorifiquem o Ser Superior, exaltando Seu poder criador, a beleza de Sua santidade, a inteireza de Sua justiça, enfim, aquilo que compõe a singularidade de Seu caráter. Adorar a Deus é reconhecer amorosamente aquilo que Ele é. A música cristã deve estar fundamentada neste princípio, não na exaltação performática das habilidades do músico.

DEVO OUVIR QUALQUER TIPO DE MÚSICA EM MINHA CASA?

É comum algumas pessoas argumentarem que a música cristã para ser ouvida dentro da igreja é de determinado tipo, enquanto há outra variedade de música cristã para ser ouvida fora da igreja. Penso que a música usada na devoção pessoal possa até ser distinta daquela que é executada num sábado de manhã, por exemplo, desde que ambas representem adequadamente o caráter de Deus.[8] A adoração não é apenas uma prática cúltica – é, antes de tudo, um estilo de vida. Eu adoro a Deus quando vivo de acordo com Sua vontade, porque a minha vida se torna um meio de exaltá-Lo pelo Seu caráter, reproduzido em mim.[9]

O apóstolo oferece esta norma para o viver cristão:

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4:8

Se servimos a um Deus que é Santo, temos de oferecer-Lhe música compatível com o Seu caráter. A essência da santidade é ser separado (no caso de uma pessoa ou elemento cúltico, separado para uma finalidade; no caso de Deus, separado de tudo quanto existe, principalmente do mal e pecado). Uma música santa não pode ser identificada com ritmos populares (samba, rock, axé, hip hop, sertanejo, pop, entre outros), que transmitem sentimentos e ideais mundanos (como sensualidade, protesto, revolta, satisfação egoísta, etc.).

Sob este prisma, é lamentável quando músicos adventistas de grande talento, como José Barbalho, Novo Tom e Jader Santos, mencionando alguns exemplos, cantam, compõe e produzem Bossa Nova, uma linguagem musical fortemente influenciada pelo jazz americano![10]Como a santidade divina pode ser devidamente representada por um ritmo popular, também usado em canções seculares frívolas?

Mais triste é quando músicas seculares são regravadas em versões “cristianizadas”! O próprio Leonardo Gonçalves gravou Any Time (“Coração do Pai”, ainda quando estava no grupo Novo Tom) e I’m Your Angel (“Serei o seu anjo”, dueto com Tatiana Costa), canções pop românticas lançadas respectivamente por Bryan McNight e Celine Dion.

A prática de converter músicas seculares em canções gospel não pode ser encarada como natural. Isso porque a escolha da música pode ou nos rebaixar ou nos elevar. Karlheinz Stockhausen, expoente da música eletrônica, afirma que

“Ao revolucionar nossa maneira de ouvir, a música eletrônica pode revolucionar nossa maneira de viver.”[11]

O mesmo pode ser dito da música de modo geral – ela tem o poder de influenciar nossa cultura, comportamento, ideologia e sentimentos. Como pode a música mundana cumprir a função de elevar nossa mente a entreter comunhão com o Céu? Vale a pena nos lembrar de que o cristão é orientado pela Palavra de Deus e isto afeta à sua vida como um todo – inclusive o seu gosto musical. Deveríamos, portanto, criar cultura sadia, nobre, e não consumir a cultura que recende a valores mundanos.

“O modo como expressamos a imagem de Deus pode ser demonstrado pelas nossa criatividade e maneira de construir cultura.…

Se trabalhamos com a cabeça ou com as mãos, se somos analíticos ou artísticos, se trabalhamos com pessoas ou com coisas, em cada vocação somos criadores de cultura, oferecendo nosso trabalho como serviço a Deus”[12]

DA ÁFRICA PARA O GOSPEL BRASILEIRO

O teor da polêmica envolvendo o trabalho de Leonardo Gonçalves está no uso constante da técnica do melisma.[13] Não que haja qualquer problema ou proibição específica deste recurso; porém, da forma como é empregado por Leonardo e seus “genéricos”, fica patente a influência da música negra americana, tanto do lado gospel (Take 6, para citar uma influência visível[14]) quanto do secular (Mariah Carey, Bryan McKnight , entre outros).

A Black Music nasceu dos antigos Nigro-spirituals, canções folclóricas de fundo religioso, cantadas pelos escravos africanos nos Estados Unidos. Os spirituals não apenas deram origem ao gospel, mas a uma gama de estilos negros[15]:

“As woksongs [spirituals cantados durante as horas de trabalho escravo] crescentemente tomaram a forma de chamadas solo ou ‘holler’ (gritos), os quais eram comparativamente livres na forma. Chamadas deste tipo têm sido gravadas nas regiões das savanas da África Ocidental, por exemplo no Senegal, onde o cultivo em campos abertos é mais comum do que nas florestas. …
Conforme Frederick Law Olmsted (1853) era [o ‘holler’] um ‘grito musical longo, altissonante, subindo e descendo e atingindo o falsete’ […] Outros combinam versos improvisados expressando os pensamentos do cantor com sílabas elaboradas e o uso de melisma […] Semelhante em sentimento e expressão, o ‘holler’ pode ter sido o antecessor do blues!”[16]Seria legítimo empregar elementos claramente identificados com a música secular para louvar a Deus?

Tratamos antes de mostrar como a música que produzimos, ouvimos, tocamos ou consumimos está ligada à adoração, uma vez que adoração não é um programa de fim de semana, mas um estilo de vida. Dentro dessa perspectiva, devo escolher uma música que seja compatível com o plano de Deus para mim. Uma música em que o efeito causado pelo emprego de uma técnica se torna mais importante do que a própria mensagem não pode ser tida como adequada. Especialmente no contexto de um culto, a apresentação musical não pode valorizar o intérprete ou sua execução. Perceba o tom de repreensão da serva do Senhor a seguir:

“Pode-se fazer grande aperfeiçoamento no canto. Pensam alguns que, quanto mais alto cantarem, tanto mais música fazem; barulho, porém, não é música. O bom canto é como a música dos pássaros - dominado e melodioso.
Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos que eram de todo inadequados ao culto da casa do Senhor. As notas longamente puxadas e os sons peculiares, comuns no canto de óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cânticos de louvor entoados em tom natural. Os cânticos em que cada palavra é pronunciada claramente, em tom harmonioso, eles se unem a nós no cântico. Eles combinam o coro, entoado de coração, com o espírito e o entendimento.”[17]

Tenho sincera dificuldade em harmonizar a descrição do ideal divino, conforme traçada no texto acima, com as apresentações musicais contemporâneas. Ao contrário: acredito que a música é barulhenta, alta (em tonalidade e volume), pouca dominada ou mesmo natural (afinal, os cantores tem se preocupado em “atingir” os limites de sua extensão vocal, muitas vezes gritando, literalmente) e tem freqüentemente abusado de modulações e “notas longamente puxadas”. [18]


MUDANÇA PARADIGMÁTICA A ESTE BORDO

Não conheço pessoalmente Leonardo Gonçalves e não tenho razões para criticar sua pessoa. O presente artigo tem a intenção de pensar as tendências da música gospel adventista, da qual Leonardo tem se destacado como um dos principais expoentes. Apesar de sua contribuição criativa em termos de letras bem pensadas, o estilo do cantor vem contribuindo para a tendência de relativizar a música cristã, minimizando o perigo de seu casamento com elementos da música secular (especialmente MPB e Black Music).

Tudo se torna ainda mais preocupante ao nos conscientizarmos de que estamos inseridos em um contexto profético; assim sendo, é capital que a música seja encarada com maior responsabilidade. Em visão, Ellen White disse o que aconteceria com a música nos tempos finais da história da igreja:

“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo.”[19]

Parece incrível, mas veremos em nossas igrejas uma operação maligna, desvirtuando o propósito do próprio culto, tornando-o em uma experiência emocionalmente histérica, bastante parecida com a que encontramos em alguns cultos pentecostais. Fico me indagando se a influência da Black Music, originária das tradições pagãs da África, aonde a experiência de transe faz parte do culto, não pode estar envolvida com a mudança de paradigma musical que já vem ocorrendo, e que levará à confusão dos “sentidos dos seres racionais”.

O USO RESPONSÁVEL DE NOSSOS TALENTOS

Penso que um ministério de música bem-sucedido deve se basear nas orientações divinas. Deus graciosamente deu aos adventistas princípios claros para orientar nossa música. Não basta alcançar qualidade técnica e produzir com competência. Se não somos pautados pelo que o Senhor diz, estamos fadados ao fracasso. Louvar é o contrário de dar um “show”, porque a ênfase não recai no artista, senão na adoração que o ministro/cantor oferece a Deus. Penso que devemos de ter critérios muito mais substanciosos para analisar o trabalho de qualquer artista cristão do que simplesmente dizer “tudo o que é novo, não presta!” O outro extremo, é sucumbirmos a modismos, descuidando da vigilância necessária no contexto profético em que vivemos.

Acredito que deve haver maior debate sobre esses assuntos, de forma sadia e equilibrada. Não devemos ter medo de falar sobre música – ou qualquer outro assunto –, mas buscar um sólido embasamento bíblico e do Espírito de Profecia. O apóstolo Paulo recomenda aos cristãos:

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração […]” Efésios 5:18 e 19.

Tendo em mente tudo o que foi discutido anteriormente, resta esperar para descobrir que tipo de tendência se refletirá no novo CD do cantor Leonardo Gonçalves e como isso afetará nossos jovens e os músicos locais.

Veja também: "Raiz Coral: Atração no casamento de vanessa camargo"

[1] http://www.supergospel.com.br/analises/analise.php?review=79
[2] Leonardo Gonçalves reconheceu a influência da MPB em seu CD “Poemas e Canções”, em recente entrevista ao site Super gospel. Veja o trecho:
“[Supergopel] A canção ‘Coração’ é uma regravação do clássico de João Alexandre. Percebo que suas músicas em alguns aspectos se assemelham às influências de MPB e bossa nova que estão presentes nas canções do João. Fale um pouco sobre isso.
[Leonardo Gonçalves]Nossa...! Que elogio! Com certeza quero seguir a linha dele... Ele em muitos sentidos é meu exemplo. Ele não canta apenas o que o seu público quer ouvir, mas o que todos nós precisamos ouvir, e infelizmente pagou e paga muito caro por isso. Ele é o músico evangélico mais completo que a gente tem, compõe, escreve, toca e canta em perfeita harmonia. Segundo os teólogos profeta é quem traz um recado de Deus para Seu povo. Profeta não é vidente que prevê o futuro. Moisés não falou nada do futuro e foi um dos maiores profetas que o mundo já viu. Segundo esta definição, João Alexandre é profeta, e, como muitos dos profetas bíblicos o foram, é um "outsider"; muitos não querem ouvir o recado que Deus quer nos dar através dele... Chega a ser engraçado, mas queria ver ele ganhar um troféu talento. O prêmio de melhor cd independente deveria ser dele toda vez em que lança um. No mínimo este!”
Lamentavelmente, Leonardo confunde-se ao definir o profeta bíblico, reduzindo seu papel; além de que, Moisés também se referiu ao futuro, sendo dois exemplos o proto-evangelho (Gênesis 3:15) e a sua previsão de um profeta que viria (Deuteronômio 15:18), ambos os textos messiânicos em sua essência. Para se ter acesso à entrevista completa: http://www.supergospel.com.br/entrevistas/entrevista.php?ent=52
[3]Ellen G. White, Edução, p. 167, grifos acrescentados
[4] Ellen G. White, Testemunhos Seletos,vol. I, p. 45, grifos acrescentados
[5] http://dialogue.adventist.org/articles/14_1_beach_p.htm . Beach fala de cinco aspectos do culto; para ele, o culto adventista é transcultural, contextual, contracultural, intercultural e multicultural.
[6] Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. I, idem.
[7] Cf. Isaías 6
[8] Ellen White repreende uma classe de jovens adventistas de Battle Creek, cidade de maior concentração adventista em sua época, por promoverem encontros e festas mundanas em seus lares, nos quais haviam músicas capazes de fazerem “os anjos observadores chorarem”. Leia Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 82 e 83. Podemos inferir que aonde o cristão esteja, a música tem de ser condizente com seus valores, o que não exclui a variedade musical de acordo com a ocasião.
[9]Cf.: Marvin L. Robertson, “A Escolha da Música é Realmente Importante?”, em
http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/escolha_musica.htm
[10]“Assim como o jazz, que a influenciou, a Bossa Nova pode ser considerada uma linguagem, uma maneira de pensar e fazer música. Por ser uma concepção musical não redutível a um determinado gênero, comporta manifestações variadas: sambas (Tem dó, de Baden Powell e Vinícius de Moraes), marchas (Marcha da quarta-feira de cinzas, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), valsas (Luiza, de Tom Jobim), serestas (O que tinha que ser, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), beguines (Oba-lá-lá, de João Gilberto) etc.” “Bossa Nova: uma batida diferente” em http://www.dianagoulart.pro.br/english/artigos/bossa.htm
[11]Entrevista publicada em Veja, ano 34, n° 24, 20 de Junho de 2001.
[12] Nancy Pearcy, Verdade Absoluta – libertando o Cristianismo de seu cativeiro cultural, p. 52 e 63.
[13] “Melisma em música é a técnica de alterar a nota (sensação de freqüência) de uma sílaba de um texto enquanto ela está sendo cantada. A música cantada neste estilo é dita melismática, ao contrário de silábica, em que cada sílaba de texto é casada com uma única nota. A música das culturas antigas usavam técnicas melismáticas para atingir um estado hipnótico no ouvinte, útil para ritos místicos de iniciação (Mistérios Eleusinianos) e cultos religiosos. Esta qualidade ainda é encontrada na música contemporânea indu e muçulmana. Na música ocidental, o termo refere-se mais comumente ao Canto gregoriano, mas pode ser usado para descrever a música de qualquer gênero, incluindo o canto barroco e mais tarde o gospel. Geralmente, Aretha Franklin é considerada uma das melhores empregadoras modernas desta técnica.” http://www.babylon.com/definition/melisma/Portuguese
[14] Leonardo fez uma versão de uma das músicas do grupo em Poemas e Canções.
[15] Ver a interessante matéria da National Geographic sobre o Hip Hop e os variados gêneros da música negra, mês de Maio.
[16] Paul Oliver, Gospel Blues e Jazz, p. 44 e 45.
[17] Ellen G. White, Evangelismo, p. 510.
[18] Carlos A. Steger, no artigo “A Música no Grande Conflito entre Cristo e Satanás” (http://www.musicaeadoracao.com.br/artigos/meio/musica_grande_conflito.htm), apresenta esta interessante tabela comparativa:
[19] Idem, Mensagens Escolhidas, Vol. II, p. 36 para entender melhor a situação em Indiana, ler o capítulo “A doutrina da carne Santa” e http://www.musicaeadoracao.com.br/egw/campal_indiana.htm
Postado por douglas reis às 15:19

SHOWS CRISTÃOS: CULTO, ENTRETENIMENTO OU MUNDANISMO? - Douglas Reis

SHOWS CRISTÃOS: CULTO, ENTRETENIMENTO OU MUNDANISMO?


No ano passado, grandes cidades brasileiras receberam a presença do cantor gospel David Phelps, em uma turnê pelo nosso país, que foi patrocinada por uma empresa que promove eventos, administrada por um adventista do sétimo dia. Além disso, a própria ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento de Recursos Assistenciais) recebeu alimentos doados à entrada de cada apresentação, e um pastor adventista participou do evento através de mensagens faladas.

Antes de Phelps tivemos a presença de outros nomes fortes da música evangélica cristã no Brasil: em 2005, Take Six e Michael Smith fizeram shows em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, entre outras cidades. Isso sem contar a presença dos tenores Steve Green e Larnelle Harris, convidados de honra de dois aniversários do UNASP campus II (respectivamente, 10 e 15 anos). Isso nos leva a ter a certeza de que outros shows virão.

Mas seria adequado para o cristão envolver-se com esse tipo de evento? Quão válidos são os shows de artistas cristãos do ponto de vista espiritual? Ou seriam mero entretenimento? Este artigo tece algumas observações sobre os aspectos dos shows cristãos de uma forma geral, sem se ater à análise de um cantor ou grupo em especial. Alguns exemplos são citados como forma de elucidar cada ponto da argumentação. O principal é abrir a discussão sobre um fenômeno que recentemente tem se tornado parte da vida social dos adventistas do sétimo dia; contudo, apesar do foco denominacional, acreditamos que a abordagem favoreça o debate no contexto de outros grupos cristãos evangélicos.


CONSIDERAÇÕES CULTURAIS
É bom definirmos que, por show, nos referimos a uma apresentação artística. É isso que entendemos significar a palavra para a maioria dos brasileiros. sabemos que, em Inglês, show é um termo mais geral, que significa apresentação, não especificamente artística.

Cabe outra pergunta: em que os shows de cantores cristãos diferem do de intérpretes seculares, em questão de estilo musical, produção, figurino e ambiente? São vistas mais semelhanças ou contrastes no comparativo?

É notável que cantores cristãos se vestem e se apresentam de forma próxima aos padrões dos demais cantores pop. O próprio David Phelps frequentemente é visto usando jóias extravagantes. Como adventistas, acreditamos na orientação apostólica para não usarmos vestuário dispendioso e ornamento chamativo. (I Pedro 3:3). Como querer manter o princípio bíblico e passá-los aos jovens e adolescentes se os cantores cristãos que eles acompanham não seguem esses mesmos valores?

Também notamos que coreografias e danças fazem parte dos shows cristãos. Alguns cantores são acompanhados por bailarinos em suas apresentações. A maioria das igrejas protestantes não compartilha da admissão desse elemento em seus cultos. Alguns até poderiam argumentar que a bíblia menciona que Davi dançou diante da arca do Senhor e que isso seria válido em nossos dias. Notemos o que a escritora Ellen White afirma sobre o assunto:

"A dança de Davi em júbilo reverente, perante Deus, tem sido citada pelos amantes dos prazeres para justificarem as danças modernas da moda; mas não há base para tal argumento. Em nosso tempo a dança está associada com a extravagância e as orgias noturnas. A saúde e a moral são sacrificadas ao prazer. Para os que freqüentam os bailes, Deus não é objeto de meditação e reverência; sentir-se-ia estarem a oração e o cântico de louvor deslocados, na assembléia deles.

"Esta prova deve ser decisiva. Diversões que tendem a enfraquecer o amor pelas coisas sagradas e diminuir nossa alegria no serviço de Deus, não devem ser procuradas por cristãos. A música e dança, em jubiloso louvor a Deus, por ocasião da mudança da arca, não tinham a mais pálida semelhança com a dissipação da dança moderna. A primeira tendia à lembrança de Deus, e exaltava Seu santo nome. A última é um ardil de Satanás para fazer os homens se esquecerem de Deus e O desonrarem." (Patriarcas e Profetas, pp.313 e 314.)

Dada a diferença entre a espontânea e inocente coerografia do rei-salmista com a prática sensual em que se tornou a dança, não podemos torná-la uma prática livremente aceitável.

Para mim, o mais curioso é que as músicas de maioria de artistas cristãos poderia ser incluída dentro do gênero pop, ou seja, música altamente comercial, do mesmo tipo que se ouve nas FMs seculares.

O próprio Bill Gaither, no último DVD lançado pelo seu badalado quarteto "The Gaither Vocal Band" fez uma confissão curiosa: o compositor Kim Willians, que havia feito trabalhos com cantores do country music americana ( como Reba Mcentire, George Jones e Garth Brooks, entre outros), compôs uma das faixas gravadas no DVD em questão, em parceria com Benjamim Gaither, filho de Bill. A música "The Love can turning the World", é bem "soft", falando de temas gerais, como amor, aceitação, e mencionando muito pouco Jesus. Não se poderia esperar uma jóia espiritual proveniente de um compositor secular!

Não apenas o estilo é secular, mas, em muitos casos, parte do repertório também! Em um mega-show patrocinado pela Sociedade Bíblica Americana, o extinto quarteto 4 Him, em determinado momento, cantou um dos sucessos do grupo Bee Gees.

Aqui no Brasil temos muitos exemplos e extraídos de adventistas do sétimo dia! A cantora Tatiana Costa lançou seu CD/DVD intitulado "Faça a Diferença". Num dueto com o cantor Leonardo Gonçalves, eles regravam um dos sucessos da canadense Celine Dion. Até no clip da música em questão, "Sou seu anjo", Tatiana se veste de branco, como a própria Celine no vídeo original. Fica difícil fazer a diferença quando se tenta ser igual...

Outra cantora adventista, a conhecida Alessandra Samadello, foi pivô de uma polêmica quando compareceu no programa da apresentadora Hebe Camargo e, sem qualquer menção ao fato de ser cristã, começou a cantar música popular brasileira, na tentativa de promover um show que faria em São Paulo.

O maior perigo, no entanto, é que o show se centralize na pessoa do artista, ou em algum traço de sua pessoa, como carisma, técnica vocal, etc. Isto significa que o louvor está sendo dado a homens e Deus vem a ser roubado de Sua glória. O Senhor não divide o palco com ninguém - ou Lhe damos todo o louvor ou Ele fica sem louvor nenhum!

Pelos aspectos que acabamos de ver, fica claro que shows cristãos, do ponto de vista cultural, não diferem de forma significativa de shows seculares e muito menos se pautam pelos padrões bíblicos de conduta ou adoração. Ainda assim, queremos analisar o assunto da adoração de forma separada.


LENÇO NA MÃO E PRÓXIMO DE DEUS

Uma amiga minha compareceu ao show de Michael Smith e disse que a apresentação a elevou espiritualmente. Desde que se voltou para o gênero de "Worships" (hinos curtos, de estrutura musical pobre e bem emocionais), Michael se tornou uma referência internacional. Ele e cantores de worship influenciam do Ministério Diante do Trono ao Ministério de Louvor do Pr. Fernando Iglesias.

Minha esposa me relatou recentemente que, ao ouvir as músicas do DVD comemorativo de 20 anos de louvor de Luís Cláudio reconheceu não apenas as mesmas músicas de Michel Smith, mas o mesmo clima emocional, com direito a aleluias e palmas.

Sem percebermos, os shows de artistas evangélicos influenciam os nossos e, por tabela, a forma de nossos cantores se apresentarem dentro de nossas igrejas. Porém, temos nos esquecido de que a forma de adorar a Deus tem que ver com o entendimento que temos de Sua pessoa. Uma adoração emocional não reflete a santidade do Deus da Bíblia. Não quero dizer que a adoração tenha que ser "fria", apenas racional; mas tem de haver respeito à Pessoa Divina. Sairmos emocionados de um show não implica em um encontro real com Deus. Nossas emoções nunca foram base segura para medir nossa comunhão com Deus (Jeremias 17:3, I João 3:20).

Ainda assim, alguns pensam que essa forma de programa possa servir para atrair não-cristãos para Deus. Será?

A ISCA CERTA

Se uma pessoa "curte" rock, axé, samba, tecno, pop, hip-hop, não seria mais lógico atraí-la para Cristo colocando uma letra cristã no gênero musical de sua preferência?

Por mais razoável que isso soe, trata-se, em verdade, de uma inversão de valores. Primeiro porque a música no culto tem a função principal de expressar nossa adoração a Deus, tendo, portanto, de estar fundamentada naquilo que agrada ao Senhor (expressando sentimentos como reverência, entrega, submissão, paz, etc). Qualquer influência de ritmos seculares compromete a adoração e não pode servir para uma atuação ideal do Espírito (uso o adjetivo "ideal" porque muitas vezes o Espírito até pode usar algo que fuja do ideal para a Sua glória, sem que essa ressalva anule o princípio).

Note, porém, que quando a adoração é praticada de forma ideal os descrentes são, conseqüentemente influenciados:

"Vi que todos devem cantar com o espírito e com o entendimento também. Deus não Se agrada de algaravia e dissonância. O correto é sempre mais agradável a Ele que o errado. E quanto mais perto o povo de Deus se puder aproximar do canto correto, harmonioso, tanto mais é Ele glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos favoravelmente impressionados." (Evangelismo, p. 508, grifos meus).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em nenhum lugar da Bíblia ou do Espírito de Profecia os cristãos são proibidos de realizarem programas musicais fora do contexto de uma igreja local, como num anfiteatro ou ginásio, por exemplo; agora, tendo visto o que apresentamos acima, devem ser feitas as devidas considerações sobre o caráter do evento para que o nome de nosso Salvador não seja desonrado. Devemos igualmente julgar o ambiente, caráter e produção das apresentações ditas "gospel" antes de, inadvertidamente, comprarmos o ingresso. Temos de ter sabedoria, porque, a medida em que o tempo avança, mais Satanás trabalha para misturar sentimentos mundanas com as práticas do verdadeiro cristianismo.

WORSHIP, O MERCADO E OS ADVENTISTAS: SINAIS DO TEMPO - Gilberto Theiss

WORSHIP, O MERCADO E OS ADVENTISTAS: SINAIS DO TEMPO

Em uma de suas últimas semanas de oração aqui no Brasil, o evangelista Henry Feyerabend criticou um tipo de música gospel que estava se popularizando nos EUA.
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Ele designou o referido gênero musical por um termo como “7 por 14” – dizendo que eram sete palavras repetidas catorze vezes!O falecido pastor Feyerabend certamente tratava do Worship: canções simples, com poucas frases musicais, repetidas até a exaustão, produzindo uma espécie de clímax, à medida que o acompanhamento rítmico vai aumentando, e depois segue até que fique mais suave.
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O efeito é quase hipnótico.Muitas denominações evangélicas brasileiras (pentecostais e protestantes) fizeram versões ou adotaram o estilo dos worships americanos. E essa realidade começa a ser refletida no mercado fonográfico.
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Em recente matéria publicada no Jornal de Santa Catarina, avalia-se o poder de influência dos artistas cristãos e seus worships tupiniquins. A matéria informa que a popular Aline barros teve uma de suas músicas, “recomeçar”, incluída na trilha sonora da novela global “Duas Caras”.
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Adiante, se diz que a “ variedade de ritmos explorados pelo mercado gospel também é um atrativo para o público. Chamadas de louvor congregacional, estas músicas aproximaram as canções evangélicas das gravadoras."
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[1]Como denominação, a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) não fica incólume à revolução musical evangélica. Cantores como Luiz Cláudio e o Ministério de Louvor (conhecido pelo hit “Toque minhas mãos”) já trouxeram a linguagem emocional dos worships para nossas congregações.
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[2] Mais recentemente, o Ministério Nova Semente, pertencente à Associação Paulistana da IASD, tem dividido opiniões ao propor uma “adoração contemporânea” para atingir as pessoas de mente secularizada.
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[3]O jornalista Fernando Torres, analisando o CD “No teu altar”, da cantora Melissa Barcelos, fala acertadamente da “[…] presença de guitarras na base e na característica repetição de frase”, referindo-se, em especial, à canção “Ouço Tua voz” como sendo “praticamente um mantra”.
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[4]À exemplo dos adventistas, mesmo denominações de forte tradição protestante, estão substituindo as músicas congregacionais dos antigos hinários (que seguem uma tradição que remonta aos corais luteranos, aos salmos puritanos e aos hinos tradicionais americanos) por música simples, ritmada e de caráter repetitivo.

“ – Nos últimos quatro anos, o louvor congregacional [em sua nova versão, inspirada nos worships] virou uma tendência dentro do mercado fonográfico gospel – avalia Milena Pinho, a gerente de vendas do grupo MK, empresa formada por mídias que atuam no segmento evangélico em âmbito nacional há 20 anos."
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[5] Daqui por diante, podemos esperar, como adventistas, o mesmo tipo de manifestações de transe em nossos cultos, causadas pelas músicas que usamos em comum (ou que, ao menos, compartilham o mesmo estilo de adoração) com as denominações pentecostais.

[1] Caroline Passos, “Eles querem o céu: segmento evangélico marca presença no mercado musical brasileiro e se reflete em Blumenau”, publicado na seção “Lazer”, do Jornal de Santa Catarina, 26 de Março de 2008, p. 1.

[2] Já tive a oportunidade de usar tais exemplos no artigo “Shows cristãos: culto, entretenimento ou mundanismo?”, disponível em http://questaodeconfianca.blogspot.com/2007/07/shows-cristos-culto-entretenimento-ou.html.

[3] Esse raciocínio, embora convincente na aparência, destoa da orientação (que os adventistas professam aceitar) encontrada em Ellen White, “Evangelismo”, p. 508, também citado em Douglas Reis, “A Música sacra dentro da cosmovisão adventista: interpretando e aplicando conceitos de Ellen White – Parte 1”, disponível em http://questaodeconfianca.blogspot.com/2007/09/msica-sacra-dentro-da-cosmoviso.html.

[4] Fernando Torres, em uma das seções da revista “Conexão JÁ”, edição de janeiro-março de 2008, p. 21.

[5] Caroline Passos, idem.
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Fonte: Blog Questão de Confiança

Ellen White e o Uso de bateria na igreja - Gilberto Theiss

Ellen White e o Uso de bateria na igreja

“Não devemos opor ao uso de instrumentos musicais em nossa obra”. (Testimonies, vol. 9, págs. 143 e 144)

Ellen White não contradiz a bíblia sobre o uso dos tambores
Percebemos que Ellen White, nesta citação não especificou uma lista de instrumentos. Com isso, alguns usam este aparente silêncio para definir genericamente que a bateria com seus tambores devem fazer parte dos instrumentos que não deveriam ser objetáveis.

Se nós interpretarmos este texto da mensageira do Senhor desta forma, teremos um sério problema, pois entenderíamos que Ellen White estaria indo contra a própria Bíblia.
Por quê? No capítulo: “O uso de bateria na igreja”, vimos com clareza que os tambores ficaram de fora da lista de instrumentos ditados pelo próprio Deus (II Cr 29:25,26). O texto bíblico diz: "...Porque este mandado veio do Senhor por intermédio de seus Profetas..." II Cr 29:25. Estes instrumentos são qualificados como ``DO SENHOR´´, e os tambores ficaram de fora. Também fica evidente que jamais houve tambores na música de adoração a Deus no santuário. Poderíamos ainda usar a história de Davi na condução da arca de Obede-Edom (II Sam. 6:5 e I Cron. 13:8) .

“A história diz que foram duas tentativas de Davi para trazer de volta a arca. Na primeira tentativa deu tudo errado e Davi não conseguiu trazê-la. Foi um desastre porque Davi havia contrariado a Deus em várias maneiras de como a arca deveria ser levada. Percebendo os erros cometidos, na segunda tentativa ele corrige tudo para fazer conforme fora ordenado por Deus. Observando atentamente, percebe-se que nas correções que foram feitas para trazer a arca novamente, os tambores também entraram em sua lista de coisas que eram do desagrado do Senhor. Davi contrariou a vontade de Deus em várias coisas, mas na segunda oportunidade ele fez tudo conforme era a vontade de Deus. Houve alegria, mas ao contrário da primeira vez, a banda musical não teve tambor, mas harpas, alaúdes e címbalos (I Cron. 15:16)”. (Artigo: Uso de bateria na igreja)

Portanto como ficaria a situação de Ellen White se interpretássemos este escrito de forma que abone o uso dos tambores na adoração, uma vez que a bíblia apresenta sua ausência PROPOSITAL na mesma?

Precisamos entender com todas as letras, que interpretações isoladas de contextos estão propensas a serem da forma como queremos provar as coisas, ou seja, ao nosso gosto e idéias pessoais. Isolar este texto do seu contexto e interpretá-lo da forma como muitos têm feito, é o mesmo que citar isoladamente textos como: Mateus 25:46 para afirmar que seremos atormentados pelo fogo eternamente, ou Romanos 14:5 para afirmar que o dia semanal de guarda é uma questão de consciência pessoal, ou Atos 10:15 para afirmar que podemos comer de tudo, sem nenhuma restrição, ou até mesmo I Cor. 7:8 para afirmar que o homem solteiro deve permanecer só para o resto da vida. Se pegarmos textos e os interpretarmos isoladamente, faremos interpretações forçadas para serem coniventes ao nosso pensamento e gosto pessoal.

Mas não ficamos sem esperança nessas circunstâncias, temos uma maravilhosa solução para entendermos a bíblia e o Espírito de Profecia sem contradizê-los. Aprendemos com a teologia de nossa amada igreja Adventista três regrinhas fundamentais de como estudar a bíblia e o Espírito de Profecia de modo que a faça se harmonizar em todos os textos e contextos. Veja:

· A - Não ir além do que está escrito: I Coríntios 4:6

· B - Aceitar a interpretação que a Bíblia mesma dá, pois a bíblia responde a si mesma: II Pedro 1:20,21.

· C - Quando tiver dificuldades para entender o texto, busque o máximo de contextos possível: Isaias 28: 10,11

Se seguirmos fielmente estas regras ensinadas pelo nosso maravilho Deus, não precisaremos interpretar o que Ellen White escreveu de maneira contrária a Bíblia.

Contexto de Ellen White sobre o uso de tambores na experiência de Indiana.

Ellen White anunciou através do ocorrido em Indiana que, pouco antes do fim do tempo da graça, na igreja, haveria música barulhenta, com gritos, tambores e danças. A esse respeito escreveu: “Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança .Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo”. ME, Vol 2 – 36. (Maiores detalhes sobre o ocorrido em Indiana, ver: Mensagens Escolhidas, Vol. 2 – Págs, 31-39.

Esta citação acima pode também ser encontrada no livro Intitulado: “Música, Sua influência na vida do cristão, págs. 36 à 42 – Editado pela Casa Publicadora Brasileira).

É muito curioso atentar para o fato que no momento do louvor e adoração, havia muitos instrumentos sendo usados como “um órgão, um contrabaixo, três violinos, duas flautas, três tamborins, três trompas e um grande tambor”descrito no livro “Música, sua influência na vida do cristão, págs. 36 a 38, testemunhado por alguns.
A pergunta que surge é, se havia muitos instrumentos fazendo parte do louvor naquele momento, porque Ellen White citou apenas os tambores em suas observações de coisas estranhas que ocorreram naquele louvor? Veja:

“O que você descreveu como tendo acontecido em Indiana, o Senhor revelou-me que haveria de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança”. ME, pág. 36 e Música, sua influência na vida do cristão, pág. 38 e 39.

Perceba que ela associou os tambores a coisas estranhas em Indiana e que tal estranheza teria lugar novamente antes da terminação do tempo da graça em nosso meio. Pois assim afirmou a mensageira do Senhor, que: “Seria introduzida em nossas reuniões”. ME, vol 2 – 36

Portando a revelação recebida a respeito do ocorrido em Indiana deixa evidente que por alguma razão tal instrumento não deveria fazer parte da adoração a Deus.

Ellen White ainda comentando a respeito diz que “Os que participam do suposto reavivamento recebem impressões que os levam ao sabor do vento...Nenhuma animação deve ser dada a tal espécie de culto.” ME, vol 2 – 37

Recebeu também orientações precisas de Deus para compreender que “O Espírito Santo nunca se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo”. ME, vol 2 – 36

Sobre tal tipo de música com tambores Ellen White escreveu que “Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se poderá confiar neles quanto a decisões retas. E isso será chamado de operação do Espírito Santo”. ME, Pág. 36 e 37.

Em uma palestra alguém me perguntou se a música religiosa ou gospel será pior do que a situação em que se encontra. Respondi que sim, porque esse tipo de música que está adentrando em nosso meio ainda não tem sido chamado de operação do Espírito Santo. Mas isso não está longe de acontecer, porque certo dia fui confrontado por uma irmã da igreja que havia afirmado que só sente a presença do Espírito de Deus nas músicas mais forte, ritmadas e com bateria. Disse ainda que a música tradicional, como do hinário não tem mais poder nos dias em que vivemos. Tentou argumentar que os tempos em que vivemos são diferentes, e por essa razão a música também precisa ser diferente para sentirmos a presença de Deus. Como pode isso ser possível? Uma música que antigamente era poderosa e hoje não ter mais o poder de Deus? De fato o mundo passou e passa por muitas mudanças, mas temos que ter em mente que quem realiza as mudanças é o inimigo das almas e não Deus.

(Para meditação: religião é compreender, sentir ou fazer?)

Muitos confundem essas estimulações. Dizem que a música tem que mexer, sacudir, criar estimulações para gerar poder. Mas BARULHO NÃO GERA PODER. Ritmos elevados e músicas cheias de estimulações não fazem ninguém cheio do Espírito de Deus. O que torna uma pessoa cheia de poder, é a fé munida de submissão plena. O que torna uma pessoa cheia do Espírito Santo é a consagração e abandono decisivo do pecado.

"Se trabalharmos para criar excitação do sentimento, teremos tudo quanto queremos, e mais do que possivelmente podemos saber como manejar. (...) Importa não considerar nossa obra em criar excitação. Unicamente o Espírito de Deus pode criar um entusiasmo são. Deixai que Deus opere, e ande o instrumento humano silenciosamente diante dEle, vigiando, esperando, orando, olhando a Jesus a todo momento, conduzido e controlado pelo precioso Espírito que é luz e vida. (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 16-17)
Isto seria muito sério?

“O Senhor mostrou-me que seriam introduzidos em nossas reuniões campais teorias e métodos errôneos, e que a história do passado se repetiria. Senti-me grandemente aflita. Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens, trabalhando com todo o engenho que satanás pode empregar para tomar a verdade desagradável às pessoas sensatas; O inimigo estava procurando arranjar as coisas de maneira que as reuniões campais, que têm sido o meio de levar a verdade da terceira mensagem angélica perante as multidões, venha a perder sua força e influência. Assim busca satanás pôr seu selo sobre a obra que Deus quer que se destaque em pureza. O Espírito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de sons. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual , devidamente dirigida seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente.” ME, vol 2 – 37

E afirmou que :

“Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço...” ME, vol 2 – 38

Muitos escritores modernos e cientistas que não tem nenhum vinculo com a igreja, após cuidadoso estudo e pesquisa, tem afirmado que os tambores são elementos essenciais dos cultos pagãos, dizendo ainda que são a principal ferramenta para estabelecer “contato com o mundo dos espíritos, (Ver capítulo “O uso de bateria na igreja).

Os defensores dos tambores nem ao menos sabem que Ellen White escreveu a esse respeito:

“Esses...foram arrastados por um engano espírita”. Evangelismo – 595

“Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens...” ME, vol 2 – 37

“Coisa alguma já, mais ofensiva aos olhos de Deus, do que uma exibição de música instrumental, quando os que nela tomam parte não são consagrados, não estão fazendo em seu coração melodia para o Senhor... Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos”. RH, 14/11/1899. EV, 510

Conclusão:

“É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossa reuniões...”ME, vol 2 – 36

Usando todos os métodos de interpretação da Bíblia e do Espírito de Profecia, chegamos a esta conclusão não forçada, mas clara da situação dos tambores e da música rítmica na visão de Ellen White.

Fica evidente que em momento algum ela contrariou a bíblia na questão do uso dos tambores na adoração. Os tambores entraram na sua lista de coisas estranhas que ocorreram em indiana: “Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança”. ME, pág. 36 e Música, sua influência na vida do cristão, pág. 38 e 39.

É válido relembrar que jamais incentivou o seu uso e recebeu visões de Deus com a orientação de que “O Espírito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de sons. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente.” ME, vol 2 – 37.

Ela disse ainda que isso não é obra do Espírito Santo, mas de outro espírito:

“O Espírito Santo nunca se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo”. ME, vol 2 – 36

Qualquer argumento levantado a favor dos tambores, não pode ser com endosso da Bíblia e nem do Espírito de Profecia. Você vai preferir ignorar toda essa luz? Eu não, pois eu e minha casa serviremos ao Senhor.

Postado por Gilberto Theiss às Sexta-feira, Novembro 21, 2008

Uso de bateria na igreja - Gilberto Theiss

Uso de bateria na igreja

Muito se fala a respeito do uso de bateria na igreja. Este sem dúvida alguma é um dos assuntos mais polêmicos e discutidos hoje em várias denominações. Quero expor aqui o que de fato a palavra de Deus ensina a esse respeito. Espero que o leitor leia com atenção e com intenção de aprender e ouvir a voz de Deus neste assunto. Alguns dizem que a bíblia se cala quando o assunto é música e por esta razão muitos querem introduzir suas opiniões pessoais, mas todos que analisarem este estudo verão que a bíblia tem muito a dizer sobre o tema da música e instrumentos de percussão, e que nossa opinião pessoal deve ser abandonada completamente. Deus o abençoe neste exame e leitura do artigo abaixo.

1º - A percussão era usada no templo do Antigo Testamento?

Tanto a presença quanto a ausência do tambor em circunstâncias bíblicas específicas nos ajudará a compreender a questão do uso da bateria na adoração a Deus.

Davi quis fazer uma casa para o Senhor. Mas Deus não permitiu. Mas como Davi era músico, Deus lhe deu orientações precisas para que tomasse todas as providências para o templo, que Salomão edificaria. Entre essas orientações Deus determinou quais instrumentos seriam usados na adoração.

Os instrumentos que Deus Pediu foram:

"Címbalos, Alaúdes, Harpas e posteriormente Trombetas. II Cr 29:25,26. O texto bíblico diz: "...Porque este mandado veio do Senhor por intermédio de seus Profetas..." II Cr 29:25. Estes instrumentos são qualificados como ``do Senhor´´. Se este mandado veio diretamente do Senhor, atentem para ver que na lista de Deus não existia tambores. Eu desafio ao leitor a examinar todo o contexto e o histórico musical do santuário, e com certeza verá que esse tipo de instrumento jamais fora usado no santuário. A pergunta que deveríamos fazer é: “Porque Deus não colocou tal instrumento em sua lista uma vez que era muito usado pelos israelitas? Porque Deus não permitiu que o próprio Davi que era conhecedor de música, escolhesse os instrumentos que seriam usados na adoração? Deus não permitiu que Moisés escrevesse os Dez Mandamentos; da mesma forma, Deus não permitiu que Davi tivesse a liberdade de escolher os instrumentos de música que seriam usados no templo para a adoração. Faça esse paralelo e perceberá que o assunto da música e dos instrumentos a serem usados na adoração é muito sério.

Pastor Vanderlei Dorneles, Mestre em Teologia e Comunicação pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia, Campus 2, expressou-se da seguinte forma: “A exclusão do tambor no templo pode indicar que Deus não quis o instrumento na música de adoração por causa de sua relação direta com o misticismo e por sua influência no sentido de excitar as danças e embotar a consciência e o juízo. O ritmo do tambor que inclinava as pessoas à dança deveria estar fora do culto que requer a lucidez da mente para a compreensão da vontade de Deus. Além disso, uma vez que o templo era uma representação do trono de Deus, a música a ser usada ali deveria distinguir-se daquela usada nas celebrações profanas”. Cristãos em busca do êxtase – Pág. 193

Pastor Samuele Bacchiocchi Professor e Doutor em teologia na Andrews University – EUA a esse respeito escreveu:

“O Estudo da música e da liturgia do Templo de Jerusalém, bem como do Santuário celestial, foi muito instrutivo. Vimos que, por respeito pela presença de Deus, instrumentos de percussão e música de entretenimento que estimula as pessoas fisicamente, não eram permitidos nos serviços do Templo, nem são usados na liturgia do Santuário Celestial. Para a mesma razão, instrumentos rítmicos e música que estimula as pessoas fisicamente em vez de elevá-las espiritualmente, está fora de lugar na igreja hoje. A adoração nos dois templos, terrestres e celestial, também nos ensina que Deus deve ser adorado com grande reverência e respeito. Música na igreja não pode tratar Deus com frivolidade e irreverência. Deveria ajudar aquietar nossas almas e a responder a Ele em reverência.” Música, Teologia do Louvor e Adoração a Deus, Pág. 22.

Eurydice V. Osterman, compositora e professora de música na Universidade de Oakwood em Huntsville, Alabama – EUA, também escreveu que: “Uma possível explicação para não usar bateria pode ser que, por sua natureza, não é um instrumento melódico. Em toda a Bíblia, há numerosas referências para cantar e fazer “Melodia” com a voz e com instrumentos. Como a bateria não é capaz de fazer “melodia”, as sagradas Escrituras não a apresentam como sendo usada no santuário. O que Deus diz sobre a música, Pág. 72.

Várias pesquisas evidenciam que os tambores tem raízes bem seculares e que estão relacionados aos cultos místicos e espiritualistas. Veja alguns exemplos:

“A música e a dança são os principais fatores dos fenômenos de possessão que se observam nos cultos mágicos” Sparta, A Dança dos Orixás .

“O tambor e a dança do culto proporcionam uma espécie de confraternização com a divindade, tornando os deuses mais amáveis e coniventes”. Bastos, Os Cultos Mágico-Religiosos .

“Os xamãs preparam seu transe cantando e tocando tambor”. Mircea Eliade, História das Crenças e das Idéias Religiosas .

“Na maioria das tradições xamânicas, a dança e o canto com tambor são os meios mais utilizados para se atingir o transe” Eliade, Xamanismo e as Técnicas Arcaicas do Transe

“O ritmo violento dos tambores e a repetição intérmina dos cantos, produzem fadiga e amortecimento conseqüente da consciência, levando os iniciados a um verdadeiro estado de hipnose”. Sparta, A Dança dos Orixás

“O tambor é um instrumento de correspondência, isto é, de comunicação entre o homem e os seres misteriosos que governam a natureza”. Bastos, Os Cultos Mágicos Religiosos.

“Ritmo é o elemento mais ativo na experiência do transe. O ritmo marcado com a percussão é ainda mais eficaz em desencadear a experiência de possessão”. Livro: Música e Transe, Gilbert Rouget.

“A percussão é o som por excelência do transe. Se há um instrumento capaz de quebrar os nossos nervos, esse é o do tambor. Além disso, esse é o instrumento mais importante do ritmo, e por conseqüência da dança”. Rouget

“A beleza da Santidade vem no tempo do Espírito Santo. Vem vindo lá dos lados da África. Vem com seus tambores e cores, com seus ritmos e melodias, com seus meneios de quadris... “Que distância haverá entre o êxtase dos orgasmos e os êxtases carismáticos que nos fazem falar em línguas e estremecer as entranhas?” Metodista Jaci Maraschin, A Beleza da Santidade.

Dr. Stefani (Formado em Teologia e Doutor em Música na Universidade Andrews), considera que o ritmo, produzido mais propriamente pelo tambor, é a característica mais eminente e essencial da música africana, já amplamente relacionada com as experiências de transe e possessão. Cristãos em busca do êxtase, Pág. 193.

Gilbert Rouget também assinala o papel do ritmo nas experiências de transe. Para ele, é o ritmo, acelerando e crescendo, produzido por qualquer instrumento, e “não só pelo tambor, que responde pelas experiências místicas primitivas” (cf. Rouget, 1986: 78-86).

Os tambores são de fato e verdade instrumentos que tem uma relação fortíssima com os cultos espiritualistas e místicos além de estarem completamente associados aos cultos pentecostais.

Voltando a bíblia, podemos perceber a exclusão dos tambores também na história de Davi na condução da arca de Quiriate-Jearim até a casa de Obede-Edom. (II Sam. 6:5 e I Cron. 13:8) .

A história diz que foram duas tentativas de Davi para trazer de volta a arca. Na primeira tentativa deu tudo errado e Davi não conseguiu trazê-la. Foi um desastre porque Davi havia contrariado a Deus em várias maneiras de como a arca deveria ser levada. Percebendo os erros cometidos, na segunda tentativa ele corrige tudo para fazer conforme fora ordenado por Deus. Observando atentamente, percebe-se que nas correções que foram feitas para trazer a arca novamente, os tambores também entraram em sua lista de coisas que eram do desagrado do Senhor. Davi contrariou a vontade de Deus em várias coisas, mas na segunda oportunidade ele fez tudo conforme era a vontade de Deus. Houve alegria, mas ao contrário da primeira vez, a banda musical não teve tambor, mas harpas, alaúdes e címbalos (I Cron. 15:16).

Alguns argumentam também, que quando o povo de Israel saiu do Egito, usavam tambores e adufes em seus cânticos. Com isso tentam bonificar o uso de tal instrumento. Mas vale lembrar que o povo não só trouxe os tambores do Egito como também trouxeram outros costumes pagãos como por exemplo a poligamia. Com base nisso podemos hoje também ser polígamos? O povo de Israel viveu mais de 400 anos escravizado no Egito e muitos de seus costumes, inclusive musical eram de origem pagã. Em toda a bíblia o único culto de adoração a Deus ocorrido, em que houve uso de tambores na música foi no monte Sinai, quando na verdade estavam adorando ao bezerro de ouro e não ao Deus verdadeiro, (Êx. 32).

Outros argumentam que os tambores foram usados no templo. Essa afirmação é no mínimo equivocada e tendenciosa e no mais, falsa e mentirosa. Essas afirmações são vazias, completamente desprovidas de conhecimento bíblico. Novamente apelo para que o leitor estude todo histórico musical do santuário e verá por si que tal instrumento, por alguma razão sábia da parte de Deus não fizeram parte da liturgia do santuário.

Os relatos bíblicos sobre música apresentam que a “música do santuário sem o uso de tambores se tornou exemplo para as outras gerações. Após a volta do cativeiro babilônico, a adoração foi conduzida de maneira semelhante a do santuário. Os instrumentos usados estavam completamente relacionados com as determinações dadas por Deus a Davi (Esdras 3:10). E podemos ver este mesmo exemplo sendo seguido na cerimônia da dedicação dos muros de Jerusalém (Neemias 12:27). A igreja primitiva com toda sua riqueza de louvor e adoração, não menciona em momento algum o uso de tambores na liturgia, o que sugere que o padrão do templo que era diferente do padrão profano, tenha se tornado o modelo para suas reuniões de adoração a Deus”. Cristãos em Busca do Êxtase, Pág. 194.

Vanderlei Dorneles apresenta “os eventos posteriores ao templo como indicando que a adoração em Israel e, depois na igreja cristã, afastou-se dos costumes profanos trazidos do Egito e se concentrou no padrão pretendido por Deus. As visões do Apocalipse que mencionam a adoração no céu (Apoc. 5:8-14; 7:11-12; 11:16; 14:2; 15:2; 19:4), sem qualquer referência aos tambores, confirmam que o modelo assimilado a partir do templo de Salomão é sem dúvida o modelo do céu”. Cristãos em Busca do Êxtase, pag. 194.

Fica completamente evidente que os tambores jamais foram usados na adoração a Deus no templo e que sua proximidade com o culto verdadeiro jamais existiu.

E quanto aos címbalos?

No artigo de Levi de Paula Tavares intitulado “O Uso da Percussão na Adoração à Luz da Bíblia” vemos as seguintes informações: “Os címbalos de metal eram constituídos por dois pequenos discos de metal, com suas beiras dobradas. Quando golpeados verticalmente, produziam um toque agudo, como um tinido, cuja sonoridade era ouvida a grandes distâncias. Alguns apelam para o uso dos címbalos (que são, portanto, instrumentos de percussão) para argumentar que a música do templo tinha uma batida rítmica e, por conseguinte, a Bíblia não proíbe instrumentos de percussão na igreja hoje. Tal argumento ignora o fato de que, como explica Kleinig (John W. Kleining, The Lord’s Song: The Basis, Function and Significance of Choral Music in Chronicles (Sheffield, England, 1993) p. 82-83), “os címbalos não eram usados pelo cantor-mor na condução do cântico, batendo o ritmo da música, mas sim para anunciar o começo de uma estrofe ou de um cântico. Uma vez que eles eram usados para introduzir o cântico, eram brandidos pelo líder do coro em ocasiões ordinárias (I Crônicas 16:5) ou pelos três líderes dos grupos em ocasiões extraordinárias (I Crônicas 15:19)”. E estes três líderes estavam “sob a supervisão do rei” Davi (I Crônicas 25:6).

De modo semelhante, Curt Sachs em Rhythm and Tempo (Nova York, 1953), p. 79) explica que “A música no templo incluía címbalos, e o leitor moderno poderia concluir que a presença de instrumentos de percussão indicaria ritmos precisos. Mas há pouca dúvida de que os címbalos, como em qualquer outro lugar, marcavam o fim de uma linha e não o ritmo dentro de um verso.”

Observe também as explanações de John Kleinig e A. Z. Idelssohn, sobre como os címbalos eram utilizados: "Os címbalos não eram usados pelo cantor para conduzir os cânticos mediante a marcação do ritmo da canção, mas para anunciar seu início ou estrofe." John Kleinig, A Canção do Senhor, pág. 82. "Os instrumentos de percussão eram reduzidos a um címbalo, que não era empregado na música propriamente, mas simplesmente para marcar pausas e intervalos." A. Z. Idelssohn, A Música Judaica em Seu Desenvolvimento Histórico, pág. 17.

Vemos, desta forma, que apesar de os címbalos serem, verdadeiramente, instrumentos de percussão, não é apropriado afirmar que estes instrumentos fossem utilizados como utilizamos os instrumentos de percussão atualmente, ou seja, para marcação rítmica. A sua função era de sinalização, assim como as trombetas (que veremos adiante); com a diferença que as trombetas sinalizavam para o povo e os címbalos eram utilizados como sinalização para os cantores e instrumentistas, quase da mesma forma que um regente faz sinais corporais para os músicos de uma orquestra na atualidade, indicando as entradas dos diversos instrumentos.”

Precisamos todos, Pastores, Anciãos, Líderes e membros nos conscientizar de que precisamos deixar completamente nossa opinião de lado para nos agarrar com força num assim diz o Senhor. Nenhuma conjectura, gosto e eu acho humano deve ser a tônica da verdade a esse respeito ou a respeito de qualquer outro assunto. Muita discussão existe, justamente pelo excesso de eu acho e tentando suplantar a palavra de Deus.

Na Revista Adventista de setembro de 1985 lemos: "Hoje parece que muitos, mesmo pastores, se acostumaram a conviver com a música popular religiosa no lar, na escola e na igreja. Não querem se indispor com algum compositor ou intérprete; temem tornar-se antipáticos aos jovens, ou algum administrador, evangelista ou líder J.A. Às vezes não sabem, não conhecem, e acabam também desenvolvendo o gosto e se esquecem da responsabilidade."

Termino esta primeira parte do artigo com uma declaração importante do Pastor Jorge Mário: “Ninguém deve ser regra para ninguém. Cada pessoa deve estudar, observar, conhecer os fatos e as verdades por si mesma. Há muita preguiça nesta direção e por isto muita confusão. Também existe muito: EU ACHO e pouquíssimo O QUE DEUS ACHA. Meu povo pereceu por falta de conhecimento diz o profeta. Faremos parte deste grupo? A revelação está aí. Existe água pura, maná e bálsamo em Gileade. É só buscar. "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o coração.”

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