domingo, 4 de janeiro de 2009

A MÚSICA ROCK A PARTIR DOS ANOS OITENTA

PARTE 4
A MÚSICA ROCK A PARTIR DOS ANOS OITENTA - Dr. Samuelle Bacchiocchi - Prof. da Andrews University.


Ao traçarmos a história da música rock desde sua origem, através dos anos setenta, descobrimos um processo de endurecimento facilmente discernível. Veremos agora que este processo de endurecimento continuou pelos anos oitenta até nossos dias. O que começou nos anos cinqüenta como rock simples, transformou-se gradualmente em hard rock, heavy metal rock, punk rock, thrash metal rock, e rap rock, para nomear apenas alguns. Novos tipos de música rock estão constantemente aparecendo, sobrepujando a anterior na batida, intensidade, vulgaridade e profanidade.
David Marshall nota: “Rock, Hard Rock, e Heavy Metal contém letras. Kerrang, Thrash Metal, e Rave são apenas barulhos altos selvagens, interativos, uma explosão mental sem uma letra óbvia mas, de acordo com algumas fontes, contendo mensagens subliminares aqui e ali”. 32
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“O rock and roll nunca morrerá”, dizem seus seguidores. Eles têm razão, mas se o passado for um guia, a moda atual da música rock atual será sobrepujada por novos tipos de música rock que serão mais ultrajantes em glorificarem a perversão sexual, violências, drogas, e o satanismo. A razão não é difícil de se encontrar. A música rock é viciante como as drogas e os que criam dependência a ela estão constantemente buscando por tipos mais fortes de música rock para satisfazerem seus desejos. Com isto em mente, vamos observar, brevemente, alguns dos mais significativos desenvolvimentos no cenário do rock desde os anos oitenta.
Os Sex Pistols. Os anos oitenta levaram a sexualidade e o satanismo a novas alturas, nas performances dos Sex Pistols e Madonna. Os Sex Pistols são uma das bandas de rock mais vis pela imoralidade de suas letras, música e apresentação no palco. Eles foram catapultados ao estrelato do rock pela produção de sua canção “Anarchy in the U. K.” (Anarquia no Reino Unido). Eles foram banidos da Inglaterra. A música deles exaltava a homossexualidade, bestialidade, lesbianismo, sodomia, masoquismo, transexualismo, e outras formas de perversões.
Uma indicação de sua insanidade pode ser encontrada no álbum “God Save the Queen, She Ain’t No Human Being.” (Deus Salve a Rainha, Ela Não é Um Ser Humano). A canção insulta a rainha Elizabeth como não sendo um ser humano, no exato momento da celebração do seu aniversário de Jubileu de Prata. Malcolm McLaren, o fundador deste grupo de rock define sua filosofia, dizendo: “Rock and Roll não é só música. Você também está vendendo uma atitude. As crianças precisam de um senso de aventura e o Rock and Roll precisa encontrar um meio de dar isto a elas, mesmo que através das letras e propagandas mais duras e cruéis”. 33 Uma música que vende uma atitude de desafio aberto contra todos os valores morais aceitos, não deveria ter lugar na vida Cristã e na adoração.
Madonna: A “Relações Públicas” da sexualidade. Depois de Michael Jackson, o produto mais popular da cultura rock de nossa época é, sem dúvida nenhuma, Louise Ciccone, mais conhecida pelo nome que assumiu – Madonna. Ela foi criada em uma família de classe média ítalo-americana em Bay City, Michigan. À vista de sua educação católica, é incrível que ela tenha assumido o nome de “Madonna” ao desfilar sua sexualidade. Afinal de contas, para os católicos, Madonna representa a virgindade e a pureza da mãe de Jesus (N.T. – Madonna é a expressão italiana equivalente a Nossa Senhora). Ao assumir um nome que representa a virgindade, para promover seu comportamento sexual imoral, ela revelou sua determinação em profanar símbolos sagrados por intermédio de suas canções de rock. Um nome bíblico mais apropriado poderia ter sido escolhido por ela por causa de sua sedutora atração, é “Jezabel” – a mulher que, na história bíblica, se tornou o símbolo de sedução (Apocalipse 2:20).
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Em algumas apresentações Madonna usa uma cruz como um fundo de cena para sua exibição sexual. Em outras ela usa uma cruz invertida, a qual, historicamente, tem sido um símbolo de satanismo. Quando, em seus concertos, cantou suas indecorosas canções ‘Like a Virgin’ e ‘Vogue’, ela usava um sutiã de metal pontudo em seus concertos, ostentando sua sexualidade e escarnecendo o público com um suave convite ‘venha’. Ela tem propagado a pornografia através de dezenas milhões de cópias vendidas.
Na revista Rutherford Magazine, John Whitehead afirma: “Madonna está tentando provocar-nos a um reexame da definição tradicional do que é permissível e o que é ou não é pornográfico ou erótico.... A única coisa deixada é o hedonismo. Mas não é um hedonismo ancorado no ‘humanismo secular’ ou secularismo. É um hedonismo ancorado numa nova forma de paganismo” 34
Em seu livro Hole in Our Soul, The Loss of Beauty and Meaning in American Popular Music, Martha Bayles, uma crítica de arte e de televisão, nota que “Madonna está mais à vontade na decadência. Seu trabalho mais convincente, em termos de forma que expressa conteúdo, celebra o estilo de vida masculino efeminado no auge do seu hedonismo. Por exemplo, seu vídeo intitulado ‘Vogue’ apresenta um som contido, com uma influencia refinada, contra uma demonstração inexpressiva de vestir-se de forma elaborada com smoking, como usado nos clubes gays. Mais recentemente ‘Justify My Love’, e algumas das canções no álbum ‘Erotica’, usavam um vocal sussurrante e uma batida informal característica para destacar, deliberadamente, a celebração sem sentido do sadomasoquismo... ‘Justify My Love’ recebeu incremento significativo nas vendas e aluguéis depois de seu banimento da MTV, e o livro pornográfico ‘Sex’ foi vendido ‘recatadamente’embalado em plástico Mylar [um resistente filme de poliéster].” 35
Madonna se destaca por sua habilidade em manipular de maneira cínica os símbolos religiosos para promover a sua agenda imoral através de suas canções de rock. A imensa popularidade que ela desfruta é um triste comentário sobre a decadência moral de nossa sociedade. Hubert Spencer escreve: “Nós, como país, ficamos tanto tempo sem exemplos de verdade, cultura honrada, que acreditamos que o resplendor e a composição extravagante de uma apresentação de rock são o padrão para a habilidade artística séria. E lembrem-se, ela [Madonna] ganha seu dinheiro vendendo pornografia como um evento cultural”. 36
A atitude sacrílega de Madonna com relação aos símbolos Cristãos, é compartilhada por inúmeros músicos de rock que, como ela, inserem elementos religiosos em seus nomes e apresentações. Alguns deles atraem o público com nomes como Jesus Jones, Faith No More, e MC 900 FT Jesus. No álbum “Born Again” da banda de rock Black Sabbath, há uma linha que diz: “O único bom cristão é um cristão morto.” Em outro álbum
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chamado “Welcome to Hell”, o grupo de rock Venon, diz: “Nós somos possuídos por tudo aquilo que é mau. A Tua morte, Deus, é o que exigimos.”
A audácia de alguns músicos de rock para pedir até mesmo pela morte de Deus, é um indicativo da profundidade de sua depravação, comunicada através de sua música rock. Deixe-nos colocar novamente nossa intrigante questão: Pode a música rock, alguma das quais profana e blasfema descaradamente a Deus e a fé cristã, ser transformada e adotada como um meio para adorar a Deus e proclamar o Evangelho? Ao respondermos a esta pergunta, é importante nos lembrarmos que o meio afeta a mensagem.
Michael Jackson: O Humano Divinizado. Os anos oitenta trouxeram à vanguarda o veterano Michael Jackson, que fez sua primeira estréia nacional em 1969 como membro da Família Jackson. Ele se separou, como artista solo, no meio da década de setenta e alcançou enorme popularidade nos anos oitenta. Seus dois álbuns “Off the Wall” e “Thriller”, o transformaram em celebridade internacional.
“Thriller”, o qual vendeu mais de quarenta milhões de cópias, revela a fascinação de Jackson com o sobrenatural e pelo sombrio. Tanto o álbum quanto o vídeo tratam com o oculto, especificamente ao horror de viver com cadáveres. Para pacificar os líderes da igreja Testemunhas de Jeová, a qual ele pertencia naquela época, ele colocou uma retratação no começo do vídeo, dizendo: “Devido às minhas fortes convicções pessoais, eu desejo enfatizar que este filme não apóia, de maneira alguma, uma crença no oculto – Michael Jackson.” A retratação não diminui o fato de que o álbum e o vídeo promovem, definitivamente, o oculto.
Nos dois vídeos “Bad” e “Dangerous” Michael Jackson se comporta conforme a mensagem dos títulos. Martha Bayles, uma crítica de TV e arte, nota que “Após assistir a esses vídeos nos quais Jackson, ininterruptamente, segura seus genitais, arrebenta janelas de automóveis e fecha sua braguilha (nesta ordem nada convincente), a maioria das pessoas meneia suas cabeças e diz que ele está fora da realidade”. 37
A verdade da questão é que Jackson não está apenas fora da realidade, mas às vezes fora de controle. As acusações de relações homossexuais com crianças, seu estranho matrimônio com a filha de Elvis Presley que logo o deixou, a criança que ele gerou com outra mulher fora do casamento, todas essas são indicações de sua decadência moral. Ainda assim “ele, cuidadosamente, tem se apresentado pelo mundo como um ícone da divindade. Seus vídeos o exibem fazendo regularmente gestos eróticos para a câmera; suas produções de palco, exibidas de forma extravagante, apresentam fortes implicações de sua
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divindade (manifestadas nas suas entradas e saídas), louvando-o como salvador do mundo”. 38 A triste realidade é que Jackson precisa desesperadamente de um Salvador para limpa-lo de toda sua vida depravada de pecado, refletida em sua música rock.
Heavy Metal. O desejo por letras mais agressivas, dominadas pelo barulho, obscenas, violentas, tem contribuído para o surgimento de tipos mais desagradáveis de música rock, como o “Heavy Metal” e a “Música Rap”. Nós daremos uma breve olhada em cada um deles, concluindo nossa pesquisa histórica da música rock.
Todos os observadores, favoráveis ou contrários, concordam que as bandas de Heavy Metal não apenas tocam uma das formas mais estridentes de música rock, mas que também criam um mundo imaginário para seus fãs exaltando o sexo, as drogas, e a violência. Stephen Davis, o biógrafo do Led Zepelim, o astro principal do Heavy Metal, descreve tal música como “criando seu próprio universo particular para seus fãs. A música é apenas parte disto. Alguma outra coisa está acontecendo”. 39
A “alguma outra coisa” que acontece nos concertos do Metal rock é mencionado por Tipper Gore, a esposa do ex-vice-presidente Al Gore. Ela escreve: “Nos concertos de [Metal rock], as bandas mais estridentes não apenas tocam sua música nos mais altos níveis de decibéis, mas executam o que eles descrevem como ‘atos de show de variedades’, que exaltam o sexo explícito, o uso de álcool e drogas, e a violência sangrenta. Alguns demonstram o comportamento anti-social mais extremo imaginável”. 40 Nós poderíamos dizer que as bandas de metal rock não só gritam, mas também dão razões para gritar.
De seu começo nos ano setenta a música rock Heavy Metal, tornou-se crescentemente mais ruidosa, vulgar e sádica. Martha Baytes descreve esta tendência dizendo: “Boa e velha promiscuidade foi pelo mesmo caminho do pássaro dodô, conforme os grupos de ‘speed metal’ e ‘death metal’, incrementaram seus shows com um sadismo sangrento. A metade dos anos oitenta foi o auge dos vídeos de rock que descreviam as vítimas femininas encadeadas, enjauladas, espancadas, e amarradas com arame farpado, tudo para aguçar os apetites de adolescentes de doze e treze anos de idade para as apresentações dos palcos, tais como aquela famosa, na qual o grupo W. A.S. P. canta sua canção de sucesso, ‘F___ como uma Besta’, enquanto fingem bater no crânio de uma mulher e a estupram com uma serra motorizada”. 41 Os astros do metal rock se vangloriam do fato de terem relacionamento sexual durante as apresentações, sessões de gravações, e fitas de vídeo. 42
Observadores do cenário do rock notam que os jovens envolvidos mais profundamente com o heavy metal, são adolescentes furiosos, perturbados, tais como desistentes da escola e fugitivos de casa. 43 “Estes adolescentes exibem uma combinação grotesca de ambição arrogante e desespero depressivo, baseada na convicção de que a única alternativa para o estrelato do rock é a morte na sarjeta. 44 Nem os
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astros dão muita orientação. Eles tão niilistas quanto seus seguidores, só que em vez de serem punidos pelo seu comportamento auto-destrutivo, eles são recompensados”. 45
É difícil de acreditar que até mesmo a música rock Heavy Metal, conhecida não só por sua batida trovejante, mas também por exaltar o sexo, as drogas, e a violência, seja adotada por bandas “cristãs” para louvar a Deus e alcançar os não salvos. Por exemplo, bandas “cristãs” heavy metal como Stryper, tem dividido o mesmo palco em concertos com grupos seculares, gravando sua música nos mesmos rótulos seculares que são vendidos nas mesmas lojas de varejo. Os quatro membros do Stryper se assemelham muito com os membros da banda KISS. Eles usam roupas apertadas de couro apertado e tecidos colantes, usam muita maquiagem e correntes, e têm cabelos malucos. O grupo quer ser conhecido como “uma banda de metal para Cristo”. 46
Novamente precisamos colocar nossa intrigante questão: Pode a música rock heavy metal que promove descaradamente alguns dos piores tipos de comportamento violento e destrutivo, ser transformado e adotado como um meio para adorar a Deus e proclamar o Evangelho? Pode o mundo do Metal rock ser legítima e efetivamente infiltrado por ovelhas vestidas de lobos? Ao respondermos a esta pergunta, é importante nos lembrarmos que o meio afeta a mensagem.
Música Rap. Intimamente relacionado ao Heavy Metal e em grande parte dependente deste, está a “Música Rap”, que incorpora muitos dos sons e estilos do rock Heavy Metal. O termo “Rap” se refere à rima de palavras recitadas ou “batidas” de acordo com um acompanhamento musical fortemente rítmico conhecido como hip-hop. Em outras palavras, a música rap consiste em uma rima cantada apoiada por ritmos pesados. É vista como parte da tradição afro-americana. É produzida em “uma parte particular da montagem do som: Linguagem afro-americana adaptada a ritmos afro-americanos, e focalizando os problemas de ser criado e crescer sendo negro”. 47
A música rap é denunciada amplamente por jornalistas, líderes religiosos, e negros formadores de opinião, por causa de sua indecência chocante, especialmente por promover o abuso e exploração de mulheres. Em seu artigo em “The Corruption of Rock”, o jornalista britânico Michael Medved mostra que “as piores atitudes em relação às mulheres são exibidas por alguns dos músicos de rap. Na cultura rap, termos como ‘minha cadela’ ou ‘minha prostituta’ são usados, habitualmente, para descrever as namoradas. Um dos piores ofensores entre os músicos de rap é o NWA.” 48
O álbum em que o NWA é mais abusivo às mulheres é chamado “Nasty as they Wanna Be.” Seu tema central é a mutilação dos
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órgão genitais de suas parceiras. Na Flórida um juiz rotulou este álbum como muito obsceno para os jovens. Apesar de sua linguagem abusiva e obscena o álbum vendeu 1.7 milhões de cópias.
Em seu artigo “How Rap’s Hate Lyrics Harm Youngsters”, Bob Demoss analisa o mesmo álbum onde ele descobriu que em menos de sessenta minutos havia 226 utilizações daquela palavra que começa com “F”, 163 vezes da palavra “cadela”, 87 descrições de sexo oral, e 117 referências explícitas dos genitais masculino e feminino. 49 Numerosos escritores e líderes de igreja têm condenado, fortemente, a violência promovida pelos rappers através de suas letras.
Hubert Spence nota que “Embora o crime e ódio tenham sido um efeito colateral contínuo na música rock, o som do rap fez crescer, de forma explosiva, o crime nas áreas de gangues. Até mesmo cidades pequenas estão sendo agora afetadas, os astros do rap se tornaram os professores destas gangues. Este tipo de música é uma das principais razões para o recente crescimento da tensão racial e temor nas ruas. Tais fogueiras sociais estão sendo alimentadas por estes proclamadores rítmicos do ódio e violência”. 50
A denúncia irrestrita da música rap por causa de sua indecência chocante por muitos líderes civis e religiosos, não evitou que bandas cristãs adotassem tal música para louvar a Deus e alcançar os não salvos. Numerosas bandas de “rap cristãos” anunciam seus serviços e oferecem seus álbuns na internet. É evidente que não importa quão chocante os novos tipos de música de rock sejam, há cristãos que estão preparados para tentar purifica-las, mudando suas letras.

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